06 de ago 2025
Grande Barreira de Corais registra o pior evento de branqueamento da história
Grande Barreira de Corais enfrenta seu pior branqueamento em 2024, com estresse térmico alarmante e impactos severos na biodiversidade.

Mergulhadores na Grande Barreira de Corais (Foto: David Gray/AFP)
Ouvir a notícia:
Grande Barreira de Corais registra o pior evento de branqueamento da história
Ouvir a notícia
Grande Barreira de Corais registra o pior evento de branqueamento da história - Grande Barreira de Corais registra o pior evento de branqueamento da história
A Grande Barreira de Corais da Austrália enfrentou seu maior evento de branqueamento já registrado, conforme um relatório governamental divulgado na quarta-feira. O estudo, realizado pelo Instituto Australiano de Ciências Marinhas, revelou que o fenômeno, causado por altas temperaturas oceânicas, resultou em um estresse térmico sem precedentes em 2024, afetando gravemente a cobertura de corais.
Os cientistas documentaram o que consideram o "maior evento espacialmente extenso" de branqueamento desde o início dos registros, há quase 40 anos. O branqueamento ocorre quando os corais expulsam algas microscópicas chamadas zooxantelas, essenciais para sua sobrevivência. Se as temperaturas elevadas persistirem, os corais podem morrer. O relatório analisou 124 seções de recifes entre agosto de 2024 e maio de 2025, constatando que os ramos norte e sul do recife sofreram o maior declínio anual na cobertura de corais já registrado.
Além das mudanças climáticas, os corais também enfrentaram a pressão de ciclones tropicais e da estrela-do-mar-coroa-de-espinhos, que se alimenta deles. Mike Emslie, pesquisador sênior do instituto, afirmou que "não há dúvida" de que as mudanças climáticas são a principal causa do problema. Com 2.300 quilômetros de extensão, a Grande Barreira abriga uma rica biodiversidade, mas os episódios de branqueamento ameaçam sua beleza e ecossistema.
Impactos e Preocupações
O evento de 2024 é o sexto episódio de branqueamento em nove anos, com mais de 80% dos recifes de corais do planeta sendo destruídos nos últimos dois anos. O tipo de coral de crescimento rápido, conhecido como acropora, foi o mais afetado, sendo um dos primeiros a branquear. Richard Leck, do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), comparou a saúde do recife a uma "montanha-russa", alertando que a Grande Barreira pode não se recuperar como antes.
A temperatura média da superfície do mar na Austrália foi a mais alta já registrada em 2024. O país está desenvolvendo novas metas de redução de emissões, uma obrigação sob o acordo climático de Paris, mas continua a ser um dos maiores exportadores de carvão do mundo, subsidiando fortemente os combustíveis fósseis. A situação exige ações climáticas rápidas e ambiciosas para evitar um colapso irreversível do ecossistema.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.