29 de jul 2025
Ultraprocessados são associados a dependência semelhante à de drogas, afirmam estudos
Estudo revela que vício em alimentos ultraprocessados pode ser um transtorno, ativando dependência semelhante à de drogas. Saúde pública em alerta.

Os ultraprocessados são feitos para serem consumidos em grande quantidade — Foto: Freepik
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Pesquisadoras da Universidade Drexel e da Universidade de Michigan publicaram um estudo na revista Nature Medicine que propõe o reconhecimento do vício em alimentos ultraprocessados como um transtorno. O artigo destaca que esses produtos, ricos em açúcar e gorduras, podem ativar mecanismos de dependência semelhantes aos de substâncias como álcool e drogas.
O estudo analisa quase 300 pesquisas realizadas em 36 países e conclui que os ultraprocessados podem sequestrar o sistema de recompensa do cérebro, levando a comportamentos aditivos. Ashley Gearhardt, professora de Psicologia da Universidade de Michigan, afirma que muitos desses alimentos são projetados para serem viciantes, e a falta de reconhecimento desse vício pode ter consequências graves para a saúde pública.
As autoras do artigo argumentam que a dependência de ultraprocessados deve ser tratada com a mesma seriedade que outras dependências, como a de álcool e tabaco. Elas citam que a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA já iniciou uma iniciativa para investigar o tema, inspirada em programas de combate ao tabagismo.
Mecanismos de Dependência
As pesquisadoras observam que o consumo compulsivo de ultraprocessados pode levar a alterações nos circuitos cerebrais, semelhantes às observadas em dependentes de drogas. Além disso, medicamentos que reduzem o desejo por esses alimentos têm mostrado eficácia na diminuição do uso compulsivo de substâncias.
Críticas ao reconhecimento do vício em ultraprocessados frequentemente mencionam que alimentos são essenciais para a sobrevivência. No entanto, as autoras destacam que esses produtos são industrializados e projetados para impactar o cérebro de forma intensa e rápida, distantes dos alimentos naturais.
Elas pedem que gestores de saúde pública e formuladores de políticas reconheçam formalmente o vício em ultraprocessados e implementem medidas semelhantes às do controle do tabaco, como restrições de publicidade e campanhas educativas. O conceito de ultraprocessados, desenvolvido na USP, classifica esses alimentos como formulações industriais com baixo valor nutricional e alto apelo comercial.
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