29 de jul 2025
Lembranças se deslocam no cérebro com o tempo, revela novo estudo científico
Estudo inova ao mostrar que memórias espaciais no cérebro são dinâmicas, realocando se entre neurônios ao longo do tempo. Descubra como isso pode impactar a memória.

Memórias são como peças de quebra-cabeça — Foto: Freepik
Ouvir a notícia:
Lembranças se deslocam no cérebro com o tempo, revela novo estudo científico
Ouvir a notícia
Lembranças se deslocam no cérebro com o tempo, revela novo estudo científico - Lembranças se deslocam no cérebro com o tempo, revela novo estudo científico
Por décadas, a neurociência sustentou que as memórias espaciais eram armazenadas de forma estática no cérebro, com células especializadas chamadas “place cells” responsáveis por essa codificação. No entanto, um estudo recente publicado na revista Nature desafia essa visão. A pesquisa, liderada por Daniel Dombeck, neurobiologista da Northwestern University, revela que as memórias espaciais "derrapam" ao longo do tempo, sendo realocadas entre diferentes neurônios.
Os pesquisadores utilizaram um labirinto virtual para monitorar a atividade neuronal de camundongos. O ambiente foi rigorosamente controlado, com estímulos visuais, sonoros e olfativos constantes. Apesar desse controle, apenas 5% a 10% das células do hipocampo mantiveram atividade estável, enquanto os neurônios menos excitáveis mostraram maior tendência ao drift representacional, ou seja, a mudança na representação ao longo do tempo.
Dombeck destaca que essa dinâmica pode ser uma estratégia do cérebro para diferenciar experiências similares. Ele sugere que esse mecanismo pode ajudar a registrar o tempo e distinguir visitas a locais como trabalho ou escola. A técnica utilizada envolveu a criação de uma janela no crânio dos camundongos, permitindo observar a atividade cerebral em tempo real, sem prejudicar a saúde dos animais.
Embora os resultados sejam promissores, o estudo monitorou apenas cerca de 1% das células do hipocampo. Dombeck ressalta que, apesar das limitações, os processos observados podem ser semelhantes aos que ocorrem no cérebro humano. Ele também sugere que a diminuição da excitabilidade neuronal com a idade pode explicar o declínio da memória. Se for possível manter essa excitabilidade, talvez seja viável preservar memórias por mais tempo.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.