24 de jul 2025
Cientistas analisam gelo em Bruxelas para desvendar segredos climáticos
Cientistas da VUB e ULB coletam núcleos de gelo de até 100.000 anos na Antártida, buscando dados cruciais sobre clima e aquecimento global.

Cientistas belgas observam uma amostra de gelo azul em laboratório (Foto: NICOLAS TUCAT / AFP)
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Em uma expedição recente à Antártida, uma equipe de cientistas da Vrije Universiteit Brussel (VUB) e da Universidade Livre de Bruxelas (ULB) coletou 15 núcleos de gelo que podem ter até 100.000 anos. O objetivo é entender o clima passado e suas implicações para o futuro. Os pesquisadores esperam retornar para perfurações mais profundas em busca de gelo ainda mais antigo.
Os cientistas, liderados pelo glaciólogo Harry Zekollari, utilizam amostras de gelo para analisar bolhas de ar que contêm informações sobre a atmosfera de épocas remotas. Zekollari destaca a importância de estudar climas passados para prever cenários futuros. A equipe focou em uma área de gelo azul, que representa apenas 1% da Antártida, localizada a 2.300 metros acima do nível do mar, próxima à estação de pesquisa Princesa Elisabeth.
A expedição, que ocorreu em janeiro, foi planejada com base em dados de satélite para identificar locais onde o gelo antigo poderia ser acessível. O gelo azul, que se forma em condições climáticas específicas, foi escolhido por sua potencialidade em conter informações valiosas. Após semanas de medições e perfurações, os núcleos de gelo foram enviados para a Bélgica, onde estão sendo analisados.
Importância das Amostras
Os cientistas esperam que as amostras de gelo, retiradas a cerca de 10 metros de profundidade, confirmem sua idade de 100.000 anos. Isso permitiria futuras perfurações em busca de gelo com três a cinco milhões de anos, o que poderia fornecer dados cruciais sobre a relação entre CO2 e temperatura em climas mais quentes. O paleoclimatologista Etienne Legrain ressalta que esses dados são essenciais para entender os impactos do aquecimento global.
As bolhas de ar contidas no gelo são descritas como a "atmosfera do passado", oferecendo uma visão única sobre as condições climáticas de épocas anteriores. A equipe está otimista quanto à possibilidade de descobrir informações que ajudem a calibrar modelos climáticos e a prever as consequências das mudanças climáticas atuais.
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