19 de jul 2025
Cientistas transportam gelo de 1,2 milhão de anos da Antártica para estudar clima
Pesquisadores da Vrije Universiteit Brussel coletaram núcleos de gelo na Antártica que podem revelar dados atmosféricos de até 100 mil anos.

Cientistas levam gelo da Antártica para laboratório belga em busca de pistas sobre mudanças climáticas (Foto: Nicolas Tucat/AFP)
Ouvir a notícia:
Cientistas transportam gelo de 1,2 milhão de anos da Antártica para estudar clima
Ouvir a notícia
Cientistas transportam gelo de 1,2 milhão de anos da Antártica para estudar clima - Cientistas transportam gelo de 1,2 milhão de anos da Antártica para estudar clima
Em uma expedição recente à Antártica, uma equipe da Vrije Universiteit Brussel (VUB) coletou 15 núcleos de gelo que podem revelar informações sobre a atmosfera da Terra de até 100 mil anos atrás. Os cientistas buscam entender as mudanças climáticas ao analisar bolhas de ar preservadas no gelo, que oferecem um vislumbre do clima do passado.
A missão, realizada em novembro, focou em áreas de gelo azul, que representam apenas 1% do território antártico. Essas áreas são especiais, pois o gelo antigo pode ser encontrado mais próximo da superfície devido a condições climáticas específicas. A equipe utilizou dados de satélite para identificar locais onde o gelo poderia ser acessível sem os altos custos de perfurações profundas.
Os núcleos coletados, que totalizam cerca de 60 metros de comprimento, foram enviados para a Bélgica após a expedição. Os pesquisadores esperam que algumas amostras tenham cerca de 100 mil anos, permitindo futuras perfurações em busca de gelo ainda mais antigo. Harry Zekollari, glaciologista da VUB, comparou o trabalho a uma "caça ao tesouro", com a expectativa de encontrar gelo de três a cinco milhões de anos.
Essas amostras são cruciais para climatologistas, pois ajudam a entender a relação entre a concentração de CO² e a temperatura em climas mais quentes. Atualmente, há uma lacuna de dados sobre os níveis de CO² em períodos antigos, o que é essencial para prever os impactos do aquecimento global. Etienne Legrain, paleoclimatologista da ULB, destacou a importância das bolhas de ar, que representam a atmosfera do passado e são fundamentais para calibrar modelos climáticos.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.