16 de jul 2025
Guano de pinguim ajuda a mitigar os efeitos do aquecimento global na Antártida
### Pingüinos Adelia e o Clima Um estudo recente revela que o guano dos **pingüinos Adelia**, presentes na Base Marambio, na Antártida, pode influenciar a formação de nuvens e, assim, impactar o clima. A pesquisa, publicada na revista *Nature*, destaca a importância desses animais na mitigação das mudanças climáticas. Os pingüinos, que formam colônias de até **60.000 indivíduos**, liberam amoniaco através de seus excrementos. Esse gás, produzido pela decomposição da matéria orgânica, tem o potencial de aumentar a formação de partículas na atmosfera, essenciais para a criação de nuvens. Matthew Boyer, pesquisador da Universidade de Helsinki, explica que a concentração de amoniaco na região é extremamente baixa, tornando qualquer fonte desse gás significativa. ### Impacto do Amoniaco Durante o estudo, realizado entre janeiro e março de 2023, os pesquisadores observaram que a concentração de amoniaco aumentava em até **13,5 partes por bilhão** quando o vento soprava em direção às colônias de pingüinos. Mesmo após a migração dos animais, os níveis de amoniaco permaneceram mais de **100 vezes** acima do normal, devido ao guano residual. O amoniaco contribui para a formação de aerosóis, que servem como núcleos de condensação para o vapor de água, resultando na formação de nuvens. Dependendo de seu tipo, essas nuvens podem refletir a luz solar, resfriando a superfície, ou reter a radiação, contribuindo para o aquecimento global. A interação entre amoniaco e outros compostos, como o ácido sulfúrico, acelera a formação de partículas, aumentando a probabilidade de formação de nuvens. ### Ecossistema e Sustentabilidade A pesquisa também destaca o papel dos pingüinos no ecossistema antártico. Erica Sparaventi, da Universidade de Cádiz, ressalta que o guano não apenas fertiliza o solo, mas também introduz metais essenciais nas águas, beneficiando o fitoplancton, que é fundamental na cadeia alimentar e na absorção de dióxido de carbono. Os resultados do estudo abrem novas possibilidades para entender como os pingüinos podem influenciar o clima. O próximo passo dos pesquisadores será medir diretamente as propriedades radiativas das nuvens formadas, para avaliar seu impacto no clima global. A pesquisa evidencia que cada componente do ecossistema desempenha um papel crucial na dinâmica ambiental. **Linha fina:** Estudo revela que guano de pingüinos Adelia na Antártida influencia nuvens e pode impactar o clima global.

Um pinguim Adélia na Ilha Rey Jorge, Antártida. (Foto: Alessandro Dahan/Getty Images)
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Pingüinos Adelia e o Clima
Um estudo recente revela que o guano dos pingüinos Adelia, presentes na Base Marambio, na Antártida, pode influenciar a formação de nuvens e, assim, impactar o clima. A pesquisa, publicada na revista Nature, destaca a importância desses animais na mitigação das mudanças climáticas.
Os pingüinos, que formam colônias de até 60.000 indivíduos, liberam amoniaco através de seus excrementos. Esse gás, produzido pela decomposição da matéria orgânica, tem o potencial de aumentar a formação de partículas na atmosfera, essenciais para a criação de nuvens. Matthew Boyer, pesquisador da Universidade de Helsinki, explica que a concentração de amoniaco na região é extremamente baixa, tornando qualquer fonte desse gás significativa.
Impacto do Amoniaco
Durante o estudo, realizado entre janeiro e março de 2023, os pesquisadores observaram que a concentração de amoniaco aumentava em até 13,5 partes por bilhão quando o vento soprava em direção às colônias de pingüinos. Mesmo após a migração dos animais, os níveis de amoniaco permaneceram mais de 100 vezes acima do normal, devido ao guano residual.
O amoniaco contribui para a formação de aerosóis, que servem como núcleos de condensação para o vapor de água, resultando na formação de nuvens. Dependendo de seu tipo, essas nuvens podem refletir a luz solar, resfriando a superfície, ou reter a radiação, contribuindo para o aquecimento global. A interação entre amoniaco e outros compostos, como o ácido sulfúrico, acelera a formação de partículas, aumentando a probabilidade de formação de nuvens.
Ecossistema e Sustentabilidade
A pesquisa também destaca o papel dos pingüinos no ecossistema antártico. Erica Sparaventi, doutora pela Universidade de Cádiz, ressalta que o guano não apenas fertiliza o solo, mas também introduz metais essenciais nas águas, beneficiando o fitoplancton, que é fundamental na cadeia alimentar e na absorção de dióxido de carbono.
Os resultados do estudo abrem novas possibilidades para entender como os pingüinos podem influenciar o clima. O próximo passo dos pesquisadores será medir diretamente as propriedades radiativas das nuvens formadas, para avaliar seu impacto no clima global. A pesquisa evidencia que cada componente do ecossistema desempenha um papel crucial na dinâmica ambiental.
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