21 de jul 2025
Cientistas alertam sobre riscos de danos irreversíveis em ecossistemas marinhos
Cientistas alertam que a recuperação de ecossistemas marinhos afetados pela mineração em águas profundas pode levar milênios, exigindo regulamentações urgentes.

Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos tenta finalizar regras futuras para mineração nos fundos marinhos (Foto: Amélie Bottollier-Depois)
Ouvir a notícia:
Cientistas alertam sobre riscos de danos irreversíveis em ecossistemas marinhos
Ouvir a notícia
Cientistas alertam sobre riscos de danos irreversíveis em ecossistemas marinhos - Cientistas alertam sobre riscos de danos irreversíveis em ecossistemas marinhos
Cientistas que participam das discussões sobre regulamentações para a mineração em águas profundas alertam que a restauração de ecossistemas marinhos danificados pode levar milhares de anos e é incerta. O fundo do mar, uma das últimas fronteiras selvagens do planeta, é alvo de empresas em busca de minerais como cobalto e níquel, essenciais para tecnologias emergentes, como carros elétricos.
Durante uma reunião da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos em Kingston, Jamaica, pesquisadores apresentaram dados que indicam que não se sabe o que se perde ao remover nódulos do fundo do mar, que contêm metais valiosos. O projeto DEEP REST, focado na conservação do fundo do mar, concluiu que as tentativas de restauração até agora foram de curto prazo e não mostraram recuperação significativa dos ecossistemas.
Jozee Sarrazin, do Instituto Francês de Ciências Oceânicas, destacou que a restauração, se possível, levará muito tempo, mas não há dados suficientes para estimar se isso levará 100 ou 1.000 anos. O fundo do oceano abriga uma biodiversidade rica, com milhões de espécies ainda não catalogadas. A aspiração de nódulos e a dispersão de sedimentos têm impactos diretos na biodiversidade e na saúde dos ecossistemas.
Impactos da Mineração
Os pesquisadores também alertam sobre os depósitos de sulfeto, que abrigam biodiversidade única e devem ser protegidos. Matthias Haeckel, do centro de pesquisa alemão GEOMAR, afirmou que a mineração em áreas próximas a fontes hidrotermais ativas deve ser evitada para não comprometer ecossistemas já vulneráveis.
Embora haja esforços para desenvolver nódulos artificiais como parte de projetos de restauração, os resultados ainda são incertos. Sabine Gollner, do Instituto Real Holandês de Pesquisa Marinha, mencionou que os processos de crescimento no fundo do mar são lentos, e a eficácia das restaurações ainda precisa ser avaliada.
Os cientistas defendem que metas de restauração sejam incorporadas nas novas regulamentações de mineração, mas com a ressalva de que, atualmente, não podem ser consideradas para atingir objetivos ambientais. A pressão por regulamentações mais rigorosas se intensifica à medida que a mineração em águas profundas se torna uma realidade cada vez mais próxima.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.