18 de jul 2025
Indígenas e cientistas se unem no México para preservar anfíbio ameaçado
Froylán Correa e a comunidade de San Jerónimo Purenchécuaro se unem a biólogos para salvar o ameaçado achoque, vital para a cultura local.

Vista de um achoque (Ambystoma dumerilii) na Reserva de Proteção Achoque, na comunidade de San Jerónimo Purenchecuaro (Foto: Enrique Castro / AFP)
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Durante cinco décadas, Froylán Correa viveu da pesca no lago de Pátzcuaro, mas agora se dedica a salvar o achoque, uma salamandra criticamente ameaçada. Este anfíbio, parente do axolote, enfrenta riscos devido à pesca excessiva, poluição e extração de água. A espécie é considerada um elixir no México por sua capacidade de regenerar órgãos e tem grande importância cultural para as comunidades indígenas locais.
Biólogos da Universidade Michoacana estão colaborando com a comunidade indígena de San Jerónimo Purenchécuaro em um projeto de reprodução do achoque. Em troca de uma remuneração, os moradores ajudam na coleta de ovos, que são levados para o laboratório da universidade. Froylán, agora sexagenário, se tornou um coletor de ovos, afirmando que a nova geração de jovens não conhece mais o animal.
Projeto de Reproduzão
Os ovos coletados são incubados e, após a eclosão, os filhotes são devolvidos aos pescadores para cuidados até que estejam prontos para serem soltos no lago. Israel Correa, parente de Froylán, destaca a necessidade de atenção constante aos filhotes, que não podem ser deixados sem supervisão. O biólogo Rodolfo Pérez enfatiza a importância de encontrar uma compensação econômica para os pescadores, já que o cuidado com os anfíbios exige dedicação diária.
Atualmente, a população de achoque no lago é estimada entre 80 e 100 indivíduos, um número alarmantemente baixo comparado ao que existia há 40 anos. Luis Escalera, colega de Pérez, ressalta que a colaboração entre cientistas e indígenas resultou em uma população "estável", mas ainda muito reduzida. O projeto visa não apenas a preservação da espécie, mas também a valorização da cultura indígena que a rodeia.
Importância Cultural e Científica
O achoque, que pertence ao gênero Ambystoma, é estudado por sua capacidade de regeneração, sendo um tema de interesse científico. Desde épocas pré-hispânicas, a salamandra é considerada alimento e remédio, com propriedades nutricionais e curativas. Lendas locais afirmam que o animal era um deus maligno que se escondeu no lago, refletindo a rica mitologia da região.
A situação do achoque é um alerta sobre a necessidade de conservação ambiental e a importância de iniciativas que envolvem as comunidades locais. O projeto de reprodução representa uma esperança para a sobrevivência da espécie e para a preservação das tradições culturais que a cercam.
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