Tartaruga Jorge percorre o Litoral Carioca em busca do seu lar

Jorge, uma tartaruga marinha que passou 37 anos em cativeiro, foi libertado no Oceano Atlântico em abril de 2025. Após uma longa reabilitação, ele percorreu 3.500 km e chegou à Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, onde está sendo monitorado por cientistas.

A tartaruga, originária da Praia do Forte, na Bahia, enfrentou um longo caminho desde que foi capturada em 1984. Jorge viveu a maior parte de sua vida em um tanque no aquário de Mendoza, na Argentina, e, após um processo de adaptação, foi finalmente devolvido ao mar. Desde sua libertação, ele é acompanhado pelo Grupo de Investigação de Mamíferos Marinhos, que utiliza tecnologia de rastreamento para monitorar sua localização.

Monitoramento e Riscos

Recentemente, Jorge foi avistado entre a Ilha de Paquetá e o bairro da Ilha do Governador. A equipe do Projeto Aruanã alertou sobre os riscos que ele enfrenta na Baía de Guanabara, como poluição e o tráfego intenso de embarcações. A coordenadora do projeto, Suzana Guimarães, destacou a importância de conduzir Jorge para fora da baía, onde ele poderá seguir seu caminho até a Bahia.

A presença de Jorge na Baía de Guanabara é um marco para a conservação de tartarugas marinhas, uma espécie ameaçada de extinção. O projeto já estabeleceu contato com comunidades de pescadores e institutos de pesquisa para garantir a segurança do animal. A população local também é incentivada a relatar avistamentos, mantendo distância e evitando qualquer tentativa de captura.

Reabilitação e Retorno ao Mar

O retorno de Jorge ao oceano foi um feito inédito, após um processo de reabilitação que durou três anos. Durante esse período, sua dieta foi ajustada de ovos cozidos e carne bovina para alimentos vivos, como caranguejos. A equipe de especialistas monitorou sua saúde e adaptou as condições de seu habitat para simular o ambiente marinho.

Jorge, que se tornou uma celebridade em Mendoza, agora representa uma oportunidade única para a ciência compreender melhor os desafios da reabilitação e conservação marinha. Com a Baía de Guanabara identificada como uma rota migratória, a equipe espera que ele continue sua jornada em direção à sua "água natal".