Estátuas da Ilha de Páscoa sofrem degradação e risco de desaparecimento

As icônicas estátuas moai da Ilha de Páscoa enfrentam um grave risco de deterioração devido à erosão e às mudanças climáticas. Líderes comunitários estão adotando tecnologias modernas, como drones e tratamentos químicos, para preservar esse patrimônio cultural, enquanto discutem a possibilidade de realocação das estátuas ou a aceitação de sua deterioração como parte do ciclo de vida.

Com cerca de mil moais na ilha, aproximadamente 200 estão posicionados em plataformas conhecidas como ahu, que ficam à beira-mar. Maria Tuki, uma residente local, observa a deterioração das estátuas, que são feitas de tufo vulcânico e estão se desintegrando devido à ação do vento e da chuva. Tuki relata que seu pai, um escultor de moais, previu que um dia as estátuas poderiam retornar ao oceano.

A erosão dos moais tem se intensificado nas últimas décadas, conforme aponta Daniela Meza Marchant, conservadora-chefe da comunidade Ma'u Henua. Em 2022, um incêndio causou danos irreparáveis a cerca de 80 moais, aumentando a urgência das ações de conservação. A Unesco destinou US$ 97 mil para reparos e planos de gestão de risco para os moais afetados.

Desafios da Preservação

Os esforços de conservação incluem a aplicação de soluções químicas desenvolvidas por especialistas italianos, que visam tratar os danos causados pelo fogo e pela erosão. A equipe de conservação está utilizando drones para escaneamento 3D, permitindo um monitoramento mais eficaz das mudanças nas estátuas.

Enquanto alguns moradores acreditam que os moais devem ser mantidos em museus para proteção, outros defendem que sua deterioração é parte do ciclo natural. O grupo Ma'u Henua busca um equilíbrio, promovendo a conservação dos moais e incentivando a criação de novas estátuas, garantindo a continuidade da cultura Rapa Nui.

A preservação dos moais é crucial para a identidade cultural da ilha, que recebe mais de 100 mil visitantes anualmente. A luta para proteger esses monumentos históricos continua, refletindo a rica herança da Ilha de Páscoa e a importância de manter viva a tradição dos ancestrais polinésios.