18 de jul 2025
Parlamento ignora prioridades urgentes e se afasta da realidade atual
Exposições artísticas no Brasil ressaltam a urgência da proteção ambiental, enquanto nova legislação fragiliza conquistas na área.

Penário da Câmara vota projeto que muda licenciamento ambiental (Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados)
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Exposições Artísticas e Desafios Ambientais no Brasil
O Brasil se prepara para a COP30, conferência do clima da ONU, em meio a desafios significativos na proteção ambiental e nos direitos dos povos nativos. Neste contexto, duas exposições artísticas estão em destaque: “A ecologia de Monet” no Masp, em São Paulo, e “Claudia Andujar e seu universo” no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.
A exposição no Masp, que ficará em cartaz até o final de agosto, apresenta 32 obras de Claude Monet, reconhecido por suas paisagens impressionistas. A curadoria, composta por Adriano Pedrosa, Fernando Oliva e Isabela Ferreira Loures, explora a relação do artista com o meio ambiente ao longo de sua carreira. As obras revelam a transição entre paisagens bucólicas e cenários afetados pela industrialização.
Por sua vez, a mostra sobre Claudia Andujar, inaugurada hoje, destaca a trajetória da fotógrafa suíça que documentou sociedades indígenas no Brasil. Com curadoria de Paulo Herkenhoff, a exposição enfatiza a importância da sustentabilidade e da espiritualidade na preservação da natureza, especialmente em relação aos ianomâmis, etnia que enfrenta ameaças de extermínio.
Críticas à Nova Legislação Ambiental
Enquanto as exposições promovem a conscientização ambiental, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que fragiliza a proteção ambiental no Brasil. A Lei Geral do Licenciamento Ambiental, aprovada por 267 votos a favor e 126 contra, foi criticada por especialistas e organizações, incluindo a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que a nova legislação “quebra a coluna da proteção ambiental no país”.
A aprovação da lei ocorre em um momento crítico, com o Brasil comprometido a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em até 67% até 2035 e zerar o desmatamento ilegal nos próximos cinco anos. Desde 2023, o país já registrou uma redução de 46% no desmatamento da Amazônia.
A organização ActionAid classificou a votação como uma “tragédia anunciada”, afirmando que o desmantelamento do licenciamento ambiental inviabiliza a transição justa, uma das agendas da COP30. Além disso, a nova legislação pode impactar as relações comerciais do Brasil, especialmente com a União Europeia, que impõe cláusulas ambientais em acordos de livre-comércio.
Desafios Futuros
A situação se agrava com a recente investigação dos Estados Unidos sobre práticas comerciais desleais atribuídas ao Brasil, incluindo o desmatamento ilegal. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, destacou que a tolerância ao desmatamento coloca os produtores americanos em desvantagem competitiva.
Diante desse cenário, as exposições artísticas se tornam um chamado à ação, ressaltando a urgência da proteção ambiental e dos direitos dos povos nativos. A desconexão entre as decisões políticas e as necessidades ambientais é um desafio que o Brasil precisa enfrentar com urgência.
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