22 de jul 2025
Governo é criticado por falta de cautela na redução do contingenciamento financeiro
Governo reduz contingenciamento em R$ 20,6 bilhões, mas economista alerta sobre riscos fiscais e impactos ambientais da exploração de petróleo.

Juliana Inhasz, economista do Insper (Foto: Divulgação)
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O governo brasileiro anunciou uma revisão no contingenciamento dos gastos públicos, reduzindo em R$ 20,6 bilhões o montante inicialmente previsto. A decisão gerou críticas, especialmente da economista Juliana Inhasz Kessler, professora do Insper, que questiona a prudência dessa medida em um cenário econômico instável.
Juliana destaca a incerteza sobre a arrecadação e os possíveis impactos da sobretaxa americana sobre produtos brasileiros. Em sua análise, a economista considera que o otimismo nas projeções de receitas, apresentadas no Relatório de Despesas e Receitas do 3º bimestre, pode ser prematuro. Ela afirma que a revisão do contingenciamento deveria ser mais cautelosa, dado que fatores externos ainda não considerados podem afetar as contas públicas.
Críticas à Redução do Contingenciamento
A economista ressalta que a redução do contingenciamento pode ser arriscada, especialmente com a incerteza sobre a arrecadação proveniente da reforma do Imposto de Renda e de fundos voltados para os mais ricos. Além disso, a expectativa de aumento de receitas devido à exploração de petróleo e gás, em um momento crítico para a agenda ambiental brasileira, também preocupa. Juliana observa que essa exploração pode contradizer a ambição do Brasil de liderar discussões sobre preservação ambiental, especialmente com a COP 30 se aproximando.
Durante a coletiva de imprensa, o secretário de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento e Orçamento, Clayton Montes, afirmou que os contingenciamentos podem ser revistos no futuro, caso necessário. No entanto, Juliana argumenta que uma redução menos significativa agora poderia evitar revisões mais drásticas posteriormente, reforçando o compromisso fiscal do governo.
Projeções de Receita e Incertezas
A economista enfatiza que não há um valor ideal para o contingenciamento, pois isso depende das projeções de receita que serão detalhadas em breve. O cenário atual sugere um otimismo em relação à arrecadação, mas a incerteza persiste. A análise de Juliana Inhasz Kessler levanta questões importantes sobre a sustentabilidade fiscal do Brasil em um contexto global desafiador.
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