Exportações do Brasil para a China caem 10% em meio a tarifas de Trump

A China reduziu suas importações do Brasil em 7,5% no primeiro semestre de 2024, totalizando US$ 47,7 bilhões, a maior queda em uma década. O aumento das tarifas comerciais durante o governo de Donald Trump e a busca por diversificação de fornecedores impulsionaram essa mudança.

Enquanto as exportações brasileiras caíram, as importações chinesas cresceram 22%, alcançando um recorde. Os carros híbridos e as terras-raras se destacaram, com as compras de carros híbridos subindo 52%, totalizando US$ 1,38 bilhão. As terras-raras, essenciais para eletrônicos e veículos elétricos, tiveram um aumento de mais de 300% nas exportações, somando US$ 6,7 milhões.

Tulio Cariello, diretor de pesquisa do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), observa que a China intensificou sua diversificação de importações, especialmente após as tarifas agressivas dos EUA. Ele alerta que o Brasil deve buscar novos mercados para suas exportações, dada a crescente dependência da China.

O aumento nas importações de laminados planos de aço, que subiram 318%, e a antecipação de embarques de veículos elétricos antes do aumento das tarifas brasileiras, refletem a estratégia dos importadores. As vendas de soja cresceram 5% em volume, mas a queda nos preços resultou em uma redução de 6% no faturamento.

A queda nas exportações de petróleo foi significativa, com uma retração de 7% em volume e 15% em faturamento. O cenário atual destaca a necessidade de o Brasil explorar seu potencial nas terras-raras, onde possui a segunda maior reserva do mundo, para fortalecer suas exportações e diversificar seus parceiros comerciais.