Trump pode retornar ao poder em versão 'revista e piorada', afirma Rubens Ricúpero

Donald Trump pode implementar uma taxação de 50% sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos, o que teria um impacto significativo no comércio bilateral. Essa medida, se confirmada, afetaria tanto empresas brasileiras quanto americanas, que já enfrentam um cenário de diminuição da participação dos EUA nas exportações brasileiras.

Historicamente, os Estados Unidos foram um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Em 1912, 36% das exportações brasileiras eram destinadas ao mercado americano, um índice comparável ao que a China alcançou em anos recentes. Em 2024, essa participação caiu para apenas 12%, e a tendência é que diminua ainda mais caso as tarifas sejam elevadas.

O embaixador Rubens Ricúpero, em artigo sobre os 200 anos das relações Brasil-EUA, destaca que Trump retorna ao poder em uma "segunda encarnação revista e piorada". O caso do minério de ferro ilustra bem essa mudança: a participação dos EUA nas exportações da Vale, a maior mineradora do Brasil, despencou de 81,2% em 1951 para quase zero atualmente. Isso demonstra que o Brasil tem conseguido diversificar suas exportações e encontrar novos mercados.

A possível taxação de Trump levanta preocupações sobre o futuro das relações comerciais entre os dois países. Com a crescente diversificação das exportações brasileiras, o impacto da medida pode ser mitigado, mas ainda assim, as empresas devem se preparar para um cenário desafiador.