15 de jul 2025
Inflação de alimentos cai, mas custos com energia ainda afetam famílias brasileiras
Desaceleração no IPCA traz alívio nos preços de alimentos, mas custos de habitação e transporte ainda pressionam famílias de baixa renda.

Segundo o Pacto Contra a Fome, é necessário foco no monitoramento contínuo e em políticas públicas (Foto: 3yephotography/Getty Images)
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho apresentou uma desaceleração de 0,24%, marcando a primeira queda nos preços de Alimentação e Bebidas em nove meses. O relatório foi divulgado pelo Instituto Pacto Contra a Fome e destaca que, apesar dessa melhora, os grupos de Habitação e Transportes continuam a pressionar o orçamento das famílias brasileiras.
A queda nos preços de alimentos é atribuída a uma safra recorde de grãos e à valorização do real, que está abaixo de R$ 5,60 por dólar. Contudo, os custos de Habitação (+0,99%) e Transportes (+0,27%) ainda impactam negativamente o IPCA. A energia elétrica residencial, por exemplo, subiu 2,96%, enquanto as tarifas de água e esgoto aumentaram 0,59%.
Para as famílias de menor renda, esses gastos são considerados incomprimíveis, ou seja, não podem ser cortados ou adiados. Ricardo Mota, gerente de Inteligência Estratégica do Instituto, afirma que a queda nos preços dos alimentos é um "respiro bem-vindo", mas alerta que o alívio não significa que o orçamento deixou de apertar. A análise indica que, mesmo com a redução nos preços dos alimentos, as contas de luz e água continuam a subir, forçando famílias vulneráveis a fazer escolhas difíceis.
Impacto nas Famílias de Baixa Renda
O boletim ressalta que, embora o IPCA e o INPC tenham variações semelhantes em junho, os preços dos alimentos impactam mais o orçamento das famílias de menor renda. A elasticidade-renda mostra que itens básicos, como arroz e feijão, continuam a ser consumidos, mesmo com a queda nos preços. Já o consumo de alimentos mais nutritivos, como frutas e laticínios, é sensível ao poder de compra.
O custo da cesta NEBIN, que inclui alimentos in natura e minimamente processados, foi de R$ 423 por pessoa em junho, valor inferior ao trimestre anterior e ao mesmo período de 2024. Em abril, a cesta custava R$ 432, e em maio, R$ 441. Essa redução indica uma melhora na acessibilidade à alimentação saudável.
O Instituto Pacto Contra a Fome destaca a necessidade de monitoramento contínuo e políticas públicas que considerem a complexidade da inflação e seus impactos desiguais no acesso à alimentação adequada e na segurança alimentar das famílias brasileiras.
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