Trump pode usar PL da Devastação como estratégia contra o Brasil

A Câmara dos Deputados aprovou, na madrugada de 17 de julho, o polêmico PL da Devastação, que desmantela o sistema de licenciamento ambiental no Brasil. A votação ocorreu no Dia de Proteção às Florestas e foi conduzida por Hugo Motta, ignorando apelos da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que solicitou o adiamento da votação.

O projeto, classificado pelo Observatório do Clima como um "crime histórico", pode prejudicar a imagem do Brasil na comunidade internacional, especialmente com a COP30 se aproximando. O texto original da proposta, que data de 2004, visava proteger ecossistemas e estabelecer salvaguardas para obras de grande impacto, como portos e hidrelétricas. Contudo, foi alterado de forma significativa, segundo o ex-deputado Luciano Zica, que coordenou a frente parlamentar ambientalista.

Além de enfraquecer as regras de proteção a rios e florestas, a aprovação do PL da Devastação pode ter repercussões comerciais. O governo dos Estados Unidos já anunciou uma investigação comercial, alegando que o desmatamento no Brasil afeta a competitividade de seus produtores. Essa situação é vista como uma ironia, dado que a administração de Donald Trump historicamente desconsiderou questões ambientais.

O clima de tensão em torno da votação reflete a divisão entre interesses econômicos e a preservação ambiental, com a Câmara oferecendo um "presente" a críticos internacionais. A aprovação do projeto levanta preocupações sobre o futuro das políticas ambientais no Brasil e suas consequências para a sustentabilidade do país.