14 de jul 2025
PL de licenciamento ambiental pode gerar crises diplomáticas para o Brasil
Câmara dos Deputados pode votar hoje projeto que altera licenciamento ambiental, gerando preocupações sobre compromissos internacionais do Brasil.

Mauro Vieira, Ministro das Relações Exteriores do Brasil em entrevista exclusiva ao Globo (Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo)
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A Câmara dos Deputados pode votar nesta segunda-feira o Projeto de Lei 2.159/2021, que propõe mudanças significativas no licenciamento ambiental no Brasil. A proposta gera preocupações entre ambientalistas e setores da sociedade civil, que alertam para os riscos associados.
O Observatório do Clima, que reúne mais de 130 entidades, enviou uma carta ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, destacando que a alteração do sistema de controle ambiental pode comprometer compromissos internacionais do Brasil. O texto menciona que o PL representa uma grave ameaça ao cumprimento de acordos como o Acordo de Paris e a Convenção da Diversidade Biológica.
Além disso, a proposta pode prejudicar a cooperação regional entre os países amazônicos, afetando estratégias conjuntas contra o desmatamento e as mudanças climáticas. O PL também fere a Convenção 169 da OIT e a Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas, ao reduzir o papel de órgãos como a Funai e o Incra.
Riscos Diplomáticos e Comerciais
A aprovação do PL pode impactar negativamente a imagem do Brasil no cenário internacional, especialmente com a 30ª Conferência das Partes da Convenção do Clima da ONU se aproximando. O Observatório do Clima pede o adiamento da votação para que o debate sobre as mudanças no licenciamento ambiental seja ampliado.
Na semana passada, um manifesto assinado por mais de 350 organizações e movimentos sociais foi enviado a lideranças da Câmara, expressando oposição ao PL. Entidades empresariais também se manifestaram, alertando sobre os riscos que a proposta traz para o meio ambiente e os negócios.
Marcos Woortmann, coordenador de Política Socioambiental do Instituto Democracia e Sociedade, enfatizou que a decisão da Câmara terá repercussões significativas. Ele destacou que o Brasil deve responder perante a comunidade internacional por suas ações, especialmente em um momento em que o país receberá delegações de todo o mundo.


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