PGR afirma que bolsonarismo provocou e desejou a eclosão popular

Nas alegações finais apresentadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de segunda-feira, 30 de outubro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação de Jair Bolsonaro como líder de uma organização criminosa. O documento, com mais de 500 páginas, detalha a participação de Bolsonaro no planejamento do ataque de 8 de janeiro, que buscou desestabilizar a democracia brasileira.

O chefe da PGR, Paulo Gonet, argumenta que o ex-presidente teve um papel central na mobilização popular que culminou nos atos violentos em Brasília. Gonet afirma que a organização criminosa, da qual Bolsonaro seria o líder, tinha como objetivo subverter a ordem democrática e impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. “Desde o início de seus atos executórios, a organização criminosa desejou, programou e provocou a eclosão popular”, destaca Gonet.

O documento menciona que os manifestantes do dia 8 de janeiro estavam bem preparados e que suas palavras de ordem refletiam um discurso construído por Bolsonaro e seus aliados. Frases como ‘intervenção federal’ e ‘anulação das eleições’ foram amplamente utilizadas, evidenciando a influência do ex-presidente nas narrativas golpistas. Gonet ressalta que o ataque foi o desfecho esperado de uma série de ações que visavam gerar desconfiança nas instituições democráticas.

Além disso, a PGR aponta que todos os envolvidos na organização criminosa estavam cientes do objetivo de criar um cenário de comoção social. A investigação revelou que a estrutura criminosa atuava de forma coordenada para promover um projeto autoritário de poder, com a intenção de manter Bolsonaro no comando. A análise das alegações finais reforça a gravidade da situação política no Brasil e as implicações legais para o ex-presidente.