Fiscalia brasileira pede condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe contra Lula

A Procuradoria Geral da República (PGR) do Brasil solicitou a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusando-o de liderar uma conspiração para se manter no poder após sua derrota nas eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva. O pedido foi formalizado pelo procurador-geral Paulo Gonet, que apresentou as alegações finais ao Supremo Tribunal Federal (STF).

As acusações contra Bolsonaro incluem golpe de Estado, organização criminosa e dano ao patrimônio, com penas que podem ultrapassar 43 anos de prisão. O procurador argumenta que o ex-presidente criou um ambiente propício à violência e à ruptura democrática, utilizando recursos estatais para fomentar a radicalização.

Acusações e Envolvidos

Além de Bolsonaro, outras sete pessoas estão implicadas, incluindo ex-ministros e altos oficiais militares. Entre os mais destacados estão o ex-ministro de Justiça Anderson Torres e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, que se destacou por apoiar a tentativa de golpe. O general Walter Braga Netto, ex-chefe de Gabinete, também é mencionado, tendo sido preso anteriormente por tentar interferir nas investigações.

A investigação revelou que o plano de golpe incluía ações violentas, como a tentativa de assassinato de Lula e do juiz Alexandre de Moraes, considerado um adversário da extrema direita. Em 8 de janeiro de 2023, após a posse de Lula, apoiadores de Bolsonaro invadiram prédios públicos em Brasília, resultando em severas condenações para muitos envolvidos.

Desdobramentos e Expectativas

Com a entrega das alegações finais, os réus têm um prazo de 15 dias para apresentar suas defesas. O julgamento está previsto para setembro, e a PGR acredita que as evidências, incluindo gravações e documentos, sustentam as acusações. Apesar das pressões políticas, o processo judicial avança normalmente.

Bolsonaro, que já enfrenta uma condenação por abuso de poder em outra ação, está inabilitado até 2030 e não pode concorrer nas eleições de 2026. No entanto, continua a se posicionar como candidato da direita, gerando inquietação entre seus aliados. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é visto como um possível substituto, mas enfrenta desafios ao tentar equilibrar sua posição em relação às pressões externas e a base bolsonarista.