Pai de Gaza protesta após ataque israelense matar filho em busca de água

Um ataque aéreo israelense em Nuseirat, Gaza, resultou na morte de 10 pessoas, incluindo seis crianças, que aguardavam água. O incidente ocorreu no domingo, quando os civis, em busca de recursos básicos, foram atingidos por bombardeios. A Israel alegou que o ataque foi um erro técnico, afirmando que o alvo era um membro da Jihad Islâmica.

Mahmoud Abdul Rahman Ahmed, pai de uma das crianças mortas, relatou que seu filho, Abdullah, estava na fila para receber água quando o ataque aconteceu. "As crianças estavam com estômagos vazios e lábios sedentos", disse Mahmoud. Ele criticou a ação israelense, afirmando que a intenção era transmitir uma mensagem de controle sobre os recursos hídricos da região.

O hospital Al-Awda confirmou que, além das mortes, 16 pessoas ficaram feridas no ataque. As crianças falecidas foram identificadas como Badr al-Din Qaraman, Siraj Khaled Ibrahim, Ibrahim Ashraf Abu Urayban, Karam Ashraf al-Ghussein e Lana Ashraf al-Ghussein. Mahmoud expressou sua dor, afirmando que os sonhos de seu filho e das outras crianças nunca se concretizarão.

A escassez de água em Gaza tem se agravado devido a restrições de combustível e peças para instalações de dessalinização e saneamento. A ONU alerta que muitos civis recebem menos de 15 litros de água por dia, caracterizando uma crise de seca provocada pelo homem. Sam Rose, diretor da UNRWA, destacou que a situação é trágica e emblemática, refletindo a realidade enfrentada diariamente pela população.

Recentemente, outros ataques resultaram na morte de 10 crianças e três mulheres em Deir al-Balah, enquanto aguardavam por suplementos nutricionais. A UNICEF também condenou os ataques, pedindo uma revisão urgente das regras de engajamento por parte das autoridades israelenses. A situação em Gaza continua a ser debatida, com a ONU convocando uma reunião do Conselho de Segurança para discutir a proteção das crianças na região.