14 de jul 2025
Ex-premiê de Israel critica plano de 'cidade humanitária' em Gaza como inaceitável
Ex primeiro ministro Ehud Olmert critica plano de "cidade humanitária" em Rafah, comparando o a campo de concentração. ONU e autoridades se opõem.

Destruição dos edifícios no norte da Faixa de Gaza vista do lado israelense da fronteira (Foto: Amir Cohen/7.jul.25/Reuters)
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O ex-primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, criticou o plano do governo de criar uma "cidade humanitária" em Rafah, afirmando que se assemelha a um campo de concentração. A declaração foi feita em entrevista ao jornal The Guardian no último domingo (13) e gerou reações do governo de Binyamin Netanyahu. Olmert declarou: "Se os palestinos forem deportados para essa nova ‘cidade humanitária’, isso pode ser considerado parte de uma limpeza étnica."
O plano, anunciado pelo ministro da Defesa, Israel Katz, prevê o deslocamento inicial de 600 mil palestinos para a nova área, onde passarão por triagem de segurança e não poderão sair. Olmert argumentou que essa estratégia não visa salvar os palestinos, mas sim deportá-los. Ele já havia expressado anteriormente sua insatisfação com as ações do Exército israelense no conflito com o Hamas.
Críticas e Reações
A proposta de deslocamento também foi criticada pela UNRWA, a agência da ONU para refugiados palestinos, que a comparou a um campo de concentração. O ministro britânico para o Oriente Médio, Hamish Falconer, expressou preocupação, afirmando que o território palestino não deve ser reduzido e que os civis devem ter o direito de retornar às suas casas.
Relatos da imprensa israelense indicam que o chefe do Estado-Maior, Eyal Zamir, também se opôs ao plano, considerando que ele desvia a atenção dos objetivos principais da guerra: eliminar o Hamas e libertar os reféns. Apesar das críticas, o governo Netanyahu defendeu suas ações, chamando Olmert de "criminoso condenado" e questionando suas alegações sobre crimes de guerra.
A proposta de criar a nova cidade deve ser implementada durante um cessar-fogo de 60 dias que está em negociação entre Israel e o Hamas. O governo israelense busca parceiros para administrar a nova zona, que será protegida pelas Forças Armadas, mas não contará com a gestão direta ou entrega de ajuda humanitária. Entidades humanitárias internacionais já manifestaram preocupações sobre o deslocamento forçado da população palestina.
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