Partido árabe-israelense sai da coalizão de Netanyahu após fracasso no Parlamento

O Parlamento de Israel rejeitou a proposta de destituição do deputado Ayman Odeh, líder do partido Hadash-Ta’al, em uma votação marcada por boicotes de partidos da oposição e siglas ultraortodoxas. A moção, apresentada por um membro do Likud, partido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, alegava que Odeh apoiava o terrorismo. A votação, realizada na segunda-feira, contou com 73 votos a favor da destituição, 15 contra e 32 ausências. Para que a moção fosse aprovada, eram necessários 90 votos.

A situação política de Netanyahu se agrava com a saída anunciada de partidos ultraortodoxos da coalizão, o que representa um dos momentos mais críticos desde o início da guerra na Faixa de Gaza. O rompimento foi motivado pelo apoio do governo a um projeto de lei que visa reduzir isenções de alistamento militar para estudantes de escolas talmúdicas. Líderes do Judaísmo da Torá Unida, incluindo o ministro de Assuntos de Jerusalém, Meir Porush, já apresentaram suas cartas de renúncia.

Caso a saída do Judaísmo da Torá Unida se concretize, a coalizão de Netanyahu ficará com apenas 61 dos 120 assentos na Knesset, o que a torna vulnerável a uma possível tentativa de destituição. O partido Shas, outra sigla ultraortodoxa, também está avaliando sua permanência no governo. O porta-voz de Netanyahu, Topaz Luk, minimizou as preocupações sobre a estabilidade do governo, afirmando que o primeiro-ministro conseguirá aprovar acordos necessários.

A crise governamental pode se intensificar, especialmente se o Shas decidir seguir o mesmo caminho. A situação exige que Netanyahu atue rapidamente para tentar reverter a saída dos partidos ultraortodoxos antes que as renúncias se tornem efetivas em 48 horas.