CFM cobra ações de Padilha após Brasil registrar aumento de crianças não-vacinadas

Um levantamento divulgado nesta segunda-feira pelo Unicef e pela OMS revelou que o Brasil voltou a integrar a lista dos 20 países com maior número de crianças não vacinadas em 2024. O país registrou um aumento de mais de 100% no número de crianças sem imunização, passando de 103 mil em 2023 para 229 mil em 2024.

Diante dessa situação alarmante, o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran Gallo, enviou um ofício ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, expressando sua "grande preocupação" com os dados. O CFM solicitou que as autoridades busquem soluções para melhorar os índices de cobertura vacinal, incluindo alternativas eficazes para a compra e distribuição de insumos, além de campanhas de conscientização para as famílias.

Gallo destacou que o aumento no número de não imunizados, embora considere apenas a vacina DTP1 (contra difteria, tétano e coqueluche), sugere um problema mais amplo que pode afetar outras vacinas. Ele também mencionou um estudo da Confederação Nacional de Municípios, que indicou que uma em cada três localidades enfrenta desabastecimento de vacinas, especialmente contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela.

Desafios Logísticos

Os gestores de saúde relataram dificuldades logísticas, como a entrega de vacinas com datas de vencimento próximas e frascos multidose que ultrapassam a validade após a abertura. Gallo enfatizou que a situação poderia ser resolvida com um adequado planejamento e gestão. Ele alertou que mesmo pequenas quedas na cobertura vacinal podem aumentar o risco de surtos de doenças, sobrecarregando o sistema de saúde.