Brasil registra alarmante número de crianças sem vacinação adequada

O Brasil voltou a ser um dos 20 países com mais crianças sem vacinação adequada, segundo levantamento do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da Organização Mundial da Saúde (OMS). O país ocupa a 17ª posição no ranking, com um aumento alarmante de 103 mil para 229 mil crianças sem vacinas em dia entre 2023 e 2024.

Em fevereiro, apenas três das 19 vacinas do calendário infantil atingiram as metas de cobertura. O estudo da OMS e do Unicef utiliza a vacina tríplice bacteriana (DTP1) como parâmetro, que protege contra difteria, tétano e coqueluche. Essa situação é preocupante, especialmente considerando que o Brasil havia recuperado a certificação de livre de sarampo em 2023, após um aumento na cobertura vacinal.

Desafios na Vacinação

O anuário VacinaBR, elaborado pelo Instituto Questão de Ciência (IQC) em parceria com a Sociedade Brasileira de Imunizações e o Unicef, revela que a maioria dos estados não atingiu as metas de vacinação. As vacinas mais críticas incluem aquelas contra poliomielite, meningite tipo C, varicela e infecção por H. influenzae tipo b. Entre os obstáculos enfrentados, destacam-se a desinformação e as campanhas antivacina.

Além disso, muitos pais não percebem a necessidade de vacinar seus filhos, acreditando que as doenças estão sob controle. Essa percepção é um erro, pois a vacinação é fundamental para manter a população protegida. Problemas logísticos, como a localização e o horário de funcionamento das unidades de saúde, também dificultam o acesso à vacinação.

Necessidade de Ação Conjunta

Uma pesquisa da Confederação Nacional de Municípios aponta que uma em cada três cidades relatou falta de vacinas. É essencial que as esferas de governo trabalhem juntas para garantir que as vacinas cheguem à população. A distribuição eficiente é crucial para evitar que as vacinas sejam desperdiçadas.

Para reverter essa situação, é necessário aumentar as campanhas educativas e facilitar o acesso às vacinas, levando-as a escolas, terminais de transporte público e grandes eventos. O Brasil precisa intensificar os esforços para sair dessa lista preocupante e proteger suas crianças.