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14 de jul 2025

Brasil enfrenta exclusão estatística de pessoas com deficiência em dados oficiais

Censo 2022 revela apenas 14,4 milhões de pessoas com deficiência no Brasil, destacando a invisibilidade de deficiências leves e psicossociais.

A consultora Luciana Trindade, 45, que defende mais políticas de acessibilidade; Censo 2022 estima 14,4 milhões de pessoas com deficiência no Brasil (Foto: Rafaela Araújo/Folhapress)

A consultora Luciana Trindade, 45, que defende mais políticas de acessibilidade; Censo 2022 estima 14,4 milhões de pessoas com deficiência no Brasil (Foto: Rafaela Araújo/Folhapress)

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O Censo 2022 do Brasil, realizado pelo IBGE, revelou que apenas 14,4 milhões de pessoas com deficiência foram identificadas, representando apenas 7,3% da população. Esse número é alarmantemente inferior às estimativas anteriores, como os 18,6 milhões da Pnad Contínua de 2022 e os 17,3 milhões da PNS/IBGE de 2019. A discrepância em relação ao Censo de 2010, que estimava mais de 45 milhões, levanta preocupações sobre a invisibilidade de deficiências leves e psicossociais.

A consultora Luciana Trindade destaca a urgência de revisar o modelo de coleta de dados do IBGE. O questionário utilizado, baseado no Washington Group, limita-se a perguntar se a pessoa tem "muita dificuldade" ou "não consegue" realizar atividades como ver, ouvir ou andar. Essa abordagem ignora deficiências que não são visíveis, como mobilidade reduzida e condições psicossociais, contrariando a Lei Brasileira de Inclusão.

A Importância da Representatividade

Dados estatísticos moldam políticas públicas e distribuem recursos. A exclusão de deficiências invisíveis transmite uma mensagem clara: "você não conta". Essa invisibilidade compromete o planejamento urbano acessível, a implementação de cotas em concursos e a garantia de direitos como saúde e educação inclusiva. A falta de representatividade nos dados significa também a negação de cidadania para milhões de brasileiros.

A legislação brasileira é considerada uma das mais avançadas do mundo, mas a prática ainda não reflete isso. É essencial adotar um modelo biopsicossocial que reconheça a diversidade das experiências e barreiras enfrentadas por pessoas com deficiência. A mudança de atitude e a promoção de educação inclusiva desde a infância são fundamentais para garantir acessibilidade em todos os níveis.

Caminhos para a Inclusão

A pergunta crucial deve ser: "quais barreiras impedem sua autonomia e dignidade?" Um modelo de dados mais justo é necessário para que todos sejam reconhecidos e incluídos nas políticas públicas. A invisibilidade no Censo 2022 evidencia que a acessibilidade ainda é tratada como um adicional, enquanto a deficiência continua a ser ignorada nas decisões governamentais. É hora de corrigir essa trajetória e garantir que ninguém fique para trás, tanto nas estatísticas quanto na vida real.

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