Venezuela interrompe voos da Colômbia após denúncia de 'mercenários' nas eleições

O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, anunciou a suspensão imediata dos voos da Colômbia. A decisão foi tomada após alegações de que "mercenários" estariam chegando ao país com o objetivo de sabotagem nas eleições parlamentares e regionais, programadas para o próximo domingo.

Durante uma coletiva de imprensa, Cabello informou sobre a prisão de 38 pessoas, sendo 17 estrangeiras, ligadas a supostos planos de ataques com explosivos contra embaixadas e hospitais. Ele classificou essas ações como parte de uma conspiração de extrema direita, visando desestabilizar a Venezuela antes das eleições. O ministro associou os "mercenários" à líder da oposição, María Corina Machado, que criticou a legitimidade do pleito após a reeleição de Nicolás Maduro em 2022, marcada por denúncias de fraude.

Divisão na Oposição

A oposição venezuelana está dividida em relação à participação nas eleições. A Plataforma Unitária Democrática (PUD), que inclui Machado, defende um boicote, considerando o processo eleitoral "injusto e falho". Em contrapartida, a nova iniciativa chamada Rede Decide, liderada pelo ex-candidato à presidência Henrique Capriles, propõe a participação nas eleições, apesar das alegações de fraude.

Capriles enfatizou a necessidade de "persistência" na via democrática, afirmando que não há outra alternativa. Ele reconheceu que a participação eleitoral não é popular, mas defendeu que é essencial continuar lutando democraticamente. A PUD, por sua vez, reafirmou seu apelo ao boicote, argumentando que o novo processo eleitoral apenas agrava a crise política no país.

Candidatos Governistas

Enquanto isso, o partido governista já anunciou seus candidatos, todos com o aval de Nicolás Maduro. A situação política na Venezuela continua tensa, com a expectativa de como as eleições se desenrolarão em meio a essas divisões e alegações de sabotagem.