Site pró-Israel identifica estudantes manifestantes para investigação, diz oficial da ICE

Um oficial da Immigration and Customs Enforcement (ICE) revelou em tribunal que a maioria dos nomes de estudantes investigados pela agência foi retirada do site Canary Mission, que tem como objetivo documentar e blacklistar críticos de Israel. A declaração foi feita durante um julgamento em Boston sobre a política de deportação ideológica da administração Trump, que, segundo professores universitários, tem inibido a liberdade de expressão.

O oficial Peter Hatch, da divisão de Investigações de Segurança Interna da ICE, afirmou que em março deste ano recebeu uma lista de nomes para investigar, sendo que mais de 75% deles vieram do Canary Mission. Este site, que se apresenta como uma plataforma para expor indivíduos que promovem o ódio contra os EUA, Israel e judeus, também documenta apoiadores de boicotes a Israel.

Hatch explicou que a lista foi compilada por uma equipe do Departamento de Segurança Interna, criada para relatar pessoas envolvidas em protestos estudantis. Ele destacou que, devido à carga de trabalho, analistas de outras áreas foram deslocados para essa equipe, chamada de “Tiger Team”. O oficial também mencionou que, embora o Canary Mission tenha sido uma fonte significativa, sua equipe não aceitou as informações do site sem verificação.

O julgamento busca determinar a existência de uma política de deportação ideológica e sua legalidade. A prática levanta preocupações sobre a liberdade de expressão e o uso de fontes questionáveis para justificar investigações e ações de deportação contra estudantes e acadêmicos pró-Palestina.