Trump elogia presidente da Libéria e gera polêmica sobre seu inglês

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, gerou polêmica ao elogiar o inglês do presidente da Libéria, Joseph Boakai, durante um almoço na Casa Branca, realizado em 10 de outubro. O encontro reuniu líderes africanos para discutir oportunidades comerciais, mas o comentário de Trump provocou risadas e desconforto.

Durante a conversa, Trump questionou Boakai sobre sua fluência na língua inglesa, sem saber que o inglês é o idioma oficial da Libéria. "Que inglês lindo! Onde você aprendeu a falar tão lindamente?", indagou o ex-presidente. Boakai, em resposta, agradeceu e explicou que aprendeu o idioma em seu país natal, gerando risadas entre os presentes.

A Libéria, fundada em 1847 por ex-escravizados americanos, tem o inglês como língua oficial. O elogio de Trump foi interpretado como condescendente por muitos liberianos. Archie Tamel Harris, defensor da juventude liberiana, criticou a pergunta, afirmando que ela reforça estereótipos negativos sobre a educação na África. Um diplomata liberiano, que preferiu não ser identificado, também considerou o comentário inadequado.

Reações e Defesas

A ministra das Relações Exteriores da Libéria, Sara Beysolow Nyanti, defendeu que Boakai não se sentiu ofendido e que o comentário foi mal interpretado. Ela ressaltou que o inglês liberiano possui influências americanas e que o reconhecimento de Trump foi visto como uma apreciação da diversidade linguística.

A vice-secretária de imprensa da Casa Branca, Anna Kelly, classificou o elogio como "sincero" e desviou o foco para as críticas ao governo anterior, destacando que Trump já fez mais pela estabilidade global do que seu sucessor, Joe Biden. Este não é o primeiro comentário de Trump sobre a língua de líderes estrangeiros; em junho, ele elogiou o inglês do chanceler alemão Friedrich Merz.

Trump, que já fez declarações polêmicas sobre países africanos, elogiou as riquezas naturais do continente durante o encontro. O ex-presidente reafirmou sua plataforma "America First", que inclui a promoção do inglês como língua oficial dos EUA, refletindo sua visão sobre a importância do idioma na política americana.