Ressaca atinge orla do Rio e deve perder força; saiba como se proteger

Após uma ressaca intensa que atingiu o Rio de Janeiro, com ondas superiores a quatro metros, a previsão é de que o fenômeno persista até quinta-feira (30). A Marinha emitiu um alerta válido até as 21h de amanhã, recomendando cautela nas áreas costeiras.

Na Zona Sul, os efeitos foram mais severos no Leblon, onde a força das ondas causou danos significativos, como o deslocamento de caçambas de lixo e até de veículos. A Avenida Delfim Moreira foi interditada para garantir a segurança dos pedestres e facilitar a limpeza da areia acumulada. Quiosques, como o Pato com Laranja, optaram por fechar as portas para evitar prejuízos, seguindo a orientação de especialistas.

Causas e Consequências

O fenômeno foi provocado por um ciclone extratropical associado a uma frente fria. Especialistas, como o professor Paulo Cesar Rosman, da Coppe/UFRJ, explicam que a ressaca não é um reflexo direto das mudanças climáticas, mas sim resultado de décadas de urbanização inadequada. Entre 1940 e 1990, a orla perdeu toneladas de areia, o que aumentou a vulnerabilidade das praias.

Flávia Lins de Barros, geógrafa marinha da UFRJ, destaca que a urbanização e a remoção de proteções naturais, como dunas e restingas, intensificam os efeitos das ressacas. A falta de reposição de areia na orla contribui para a erosão e o avanço do mar, especialmente em áreas como o Leblon.

Impactos em Outras Regiões

Além do Leblon, outras áreas do litoral fluminense também foram afetadas. Em Barra de Guaratiba, vídeos mostram ondas atingindo quiosques e causando danos a veículos. Em Niterói, doze praticantes de canoa havaiana foram resgatados após serem arrastados pela força do vento. A Defesa Civil de Maricá interditou o mirante da Galeta da Ponta Negra devido à intensidade das ondas.

A situação exige atenção contínua, pois os efeitos da ressaca podem se agravar se não forem tomadas medidas adequadas para proteger a orla carioca.