Especialistas projetam como será a cidade do Rio em 2125 com novas imagens

Na semana em que O GLOBO celebra seu centenário, o jornal promoveu um debate sobre o futuro do Rio de Janeiro, reunindo arquitetos e urbanistas. O foco das discussões foi a necessidade de soluções sustentáveis e a adaptação às mudanças climáticas, com uma visão para 2125.

Os especialistas projetaram um Rio com menos carros e mais áreas verdes. A proposta inclui a revitalização de favelas e a transformação da Baía de Guanabara em um espaço central da vida urbana. O arquiteto Washington Fajardo prevê que, em 2125, as praias cariocas podem desaparecer devido à elevação do nível do mar, mas vê uma oportunidade para revitalizar a baía, criando parques costeiros e novas formas de circulação.

Fernando Pereira, do Instituto Arquitetos de Favela, enfatiza a importância de incluir as favelas nas soluções urbanas. Ele destaca que a moradia digna é essencial para a dignidade e deve ser prioridade no planejamento futuro. Marcela Abla, presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil no Rio, ressalta a necessidade de uma cidade policêntrica, onde os deslocamentos sejam curtos e sustentáveis.

Propostas de Revitalização

Lucas Rosse, professor da UFRJ, defende que a cidade deve investir em transporte aquaviário e soluções baseadas na natureza, como telhados verdes. Verena Andreatta, ex-secretária de Urbanismo, antecipa que o Porto do Rio será transferido, permitindo um projeto de urbanização inovador na área entre Gamboa e Caju.

A arquiteta Carla Juaçaba sugere a remoção de barreiras que separam a cidade da natureza, permitindo que rios canalizados voltem a ser espaços de convivência. Jorge Mario Jáuregui propõe revitalizações em áreas como Copacabana e o Aterro do Flamengo, criando espaços culturais e parques à beira-mar.

Desafios e Oportunidades

Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro, coordenador do Observatório das Metrópoles, alerta para a importância de restaurar a capacidade institucional para planejar o futuro. Ele defende que o foco deve ser em soluções que atendam às necessidades atuais e futuras da cidade, evitando a administração emergencial.

As visões apresentadas refletem um desejo por um Rio de Janeiro mais sustentável e inclusivo, onde a natureza e a urbanização coexistam de maneira harmônica. A transformação da cidade requer ações imediatas e um planejamento cuidadoso para enfrentar os desafios climáticos e sociais.