24 de jul 2025
COP 30 exige planejamento estratégico com dois mapas do caminho, afirma Tasso Azevedo
COP 30 em Belém enfrenta desafios na eliminação de combustíveis fósseis, com críticas a novos projetos de lei e a necessidade urgente de financiamento climático.

Míriam Leitão entrevista Tasso Azevedo, fundador do MapBiomas (Foto: Cláudio Renato/GloboNews)
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A COP 30, que ocorrerá em Belém, busca alcançar a mesma relevância que a Rio 92 e o Acordo de Paris, com foco na transição do uso de combustíveis fósseis e no financiamento de ações climáticas. O engenheiro florestal Tasso Azevedo, fundador do MapBiomas, expressou ceticismo sobre a possibilidade de um plano eficaz para eliminar combustíveis fósseis, citando o interesse do Brasil em explorar petróleo na Margem Equatorial.
Azevedo destacou que, apesar de a conferência ser uma oportunidade para traçar um roadmap para o fim do uso de combustíveis fósseis, a realidade atual é desafiadora. Ele mencionou que o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP brasileira, pretende desenvolver um plano para o financiamento de ações climáticas, embora o montante tenha sido reduzido de US$ 1,3 trilhão para US$ 300 bilhões na última COP.
A legislação ambiental brasileira também enfrenta desafios, com a aprovação do PL da devastação, que flexibiliza as regras de licenciamento. Azevedo argumenta que o presidente Lula deveria vetar o projeto integralmente, pois um veto parcial não resolveria os problemas estruturais da nova lei. Ele alertou que a nova legislação pode abrir brechas para impactos ambientais significativos, especialmente na agropecuária, que ocupa a maior parte do território nacional.
Desafios e Oportunidades
A COP 30 representa uma chance de discutir a eliminação dos combustíveis fósseis, que são responsáveis por cerca de 75% das emissões globais de gases de efeito estufa. Azevedo enfatizou que, sem um plano concreto, os investimentos em energia renovável não serão suficientes para enfrentar a crise climática. Ele também mencionou a importância de um compromisso global para aumentar o financiamento destinado à adaptação e mitigação das mudanças climáticas.
O MapBiomas, que celebra dez anos de monitoramento do território brasileiro, tem sido crucial para a tomada de decisões em relação ao desmatamento e ao uso da terra. A iniciativa já foi replicada em outros países da América do Sul e na Indonésia, com a meta de mapear 70% do mundo tropical até 2030. Azevedo ressaltou que os dados do MapBiomas são utilizados por bancos para decisões de financiamento, evitando recursos para propriedades com desmatamento recente.
A COP 30, portanto, não é apenas uma conferência, mas um momento crítico para definir o futuro das políticas climáticas e ambientais do Brasil e do mundo.
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