28 de jul 2025
CFM proíbe anestesia em tatuagens e gera polêmica no Brasil
CFM proíbe anestesia em tatuagens, exceto em casos médicos. Medida visa proteger a saúde e evitar riscos associados ao procedimento.

tatuagem (Foto: Freepik)
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O Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu oficialmente o uso de anestesia para tatuagens no Brasil, conforme resolução publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira. A norma, que já está em vigor, proíbe médicos de realizar sedação, anestesia geral ou bloqueios anestésicos periféricos durante o procedimento, exceto em casos reparadores com indicação médica.
A decisão foi motivada por preocupações com a segurança dos pacientes e a falta de evidências que comprovem a segurança do uso de anestésicos em tatuagens. O presidente do CFM, José Hiran Gallo, destacou que a medida reafirma o compromisso da autarquia com a ética médica e a proteção da saúde pública. O relator da resolução, Diogo Sampaio, enfatizou que a prática de usar anestesia para minimizar a dor em tatuagens extensas ou em áreas sensíveis é preocupante.
Riscos Associados
O CFM alertou para os riscos intrínsecos da anestesia, que incluem a possibilidade de complicações durante o procedimento. A resolução também ressalta que a prática anestésica deve ocorrer em ambientes adequados, como estabelecimentos de saúde, com infraestrutura para atender emergências. Nos casos excepcionais de tatuagens reparadoras, a participação de anestesiologistas deve seguir critérios rigorosos, incluindo avaliação pré-anestésica e monitoramento contínuo.
Além disso, a resolução aponta que a realização de tatuagens extensas sem anestesia pode aumentar o risco de absorção sistêmica de pigmentos e metais pesados presentes nas tintas, que podem ser tóxicos. Estudos recentes indicam uma possível associação entre tatuagens e um aumento no risco de linfomas, embora mais pesquisas sejam necessárias para esclarecer essa relação.
Estudos Recentes
Pesquisadores da Universidade Lund, na Suécia, descobriram que o risco de desenvolver linfoma é 21% maior entre pessoas tatuadas. Outro estudo, envolvendo gêmeos dinamarqueses, apontou que o risco de diagnósticos oncológicos é significativamente maior entre aqueles com tatuagens. Embora esses estudos sejam observacionais e não estabeleçam uma relação de causa e efeito, eles levantam questões importantes sobre os riscos associados à prática de tatuar.
A nova resolução do CFM, portanto, busca garantir a segurança dos pacientes e a ética na prática médica, limitando o uso de anestesia em procedimentos que não têm finalidade terapêutica.
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