15 de jul 2025
Anvisa mantém autorização para uso de polimetilmetacrilato em tratamentos aprovados
Anvisa mantém uso do PMMA, apesar de alertas do CFM e SBCP sobre riscos à saúde. Vigilância é essencial para evitar complicações.

Mariana Michelini em 2022, após a cirurgia para remoção do PMMA e de parte dos lábios; à direita, em janeiro de 2025, após as cirurgias de reconstrução (Foto: @mari_michelini no Instagram)
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A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu manter a autorização do uso do PMMA (polimetilmetacrilato) para indicações regulamentadas no Brasil. A decisão foi tomada após uma revisão que concluiu que o produto apresenta um perfil de risco-benefício aceitável quando utilizado conforme as recomendações aprovadas.
O PMMA é um preenchedor definitivo em forma de gel, utilizado em procedimentos estéticos e na correção de lipodistrofia em pacientes com HIV. Por ser um componente plástico, não é reabsorvível pelo organismo, o que torna sua remoção completa extremamente difícil. Apesar da liberação pela Anvisa, o uso do PMMA é desaconselhado pela SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) e pela SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).
A nova avaliação da Anvisa ocorreu após o CFM (Conselho Federal de Medicina) solicitar a suspensão da produção e comercialização do PMMA, citando riscos à saúde pública. O CFM destacou o uso indiscriminado do produto, especialmente por profissionais não médicos. Um caso notório foi o da influenciadora Mariana Michelini, que precisou remover parte do lábio após complicações decorrentes do preenchimento.
Inspeções e Conclusões
Durante a análise, a Anvisa inspecionou os dois fabricantes autorizados no Brasil e constatou que ambos cumprem as Boas Práticas de Fabricação (BPF). A agência também revisou a literatura científica e experiências regulatórias internacionais. Apesar disso, a SBCP reafirmou sua posição contrária ao uso do PMMA, argumentando que a decisão da Anvisa contraria o entendimento técnico da entidade.
A Anvisa permite o uso do PMMA apenas para:
- Correção de defeitos tegumentares
- Correção volumétrica facial e corporal
- Tratamento de lipodistrofia em pacientes com HIV, com limite de 60mL por glúteo
A agência alerta sobre relatos de aplicações em volumes superiores aos aprovados e a subnotificação de eventos adversos, reforçando a necessidade de vigilância. A Anvisa incentiva a notificação de efeitos adversos por meio de seu portal, visando melhorar a segurança dos procedimentos.
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