25 de jul 2025
Poluição do ar eleva risco de demência, alertam pesquisadores de Cambridge
Estudo da Universidade de Cambridge revela que poluição do ar aumenta risco de demência, especialmente vascular, em milhões de pessoas.

Capital paulista registra índice de poluição do ar alto pelo segundo dia seguido (Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo)
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A exposição prolongada à poluição do ar está fortemente associada ao aumento do risco de demência, conforme revela um estudo da Universidade de Cambridge. Publicada na revista The Lancet Planetary Health, a pesquisa analisou dados de mais de 29 milhões de participantes e identificou uma relação significativa entre poluentes como PM2,5, NO2 e fuligem e o desenvolvimento da demência, especialmente a vascular.
Os pesquisadores da Unidade de Epidemiologia do Conselho de Pesquisa Médica (MRC) examinaram 51 estudos, sendo 34 incluídos na meta-análise. Os resultados indicam que, para cada 10 microgramas por metro cúbico (μg/m³) de PM2,5, o risco de demência aumenta em 17%. O NO2 e a fuligem também mostraram associações preocupantes, com aumentos de 3% e 13%, respectivamente, para cada 10 μg/m³ e 1 μg/m³.
Impacto da Poluição
O PM2,5 é composto por partículas minúsculas que podem ser inaladas profundamente nos pulmões, provenientes de diversas fontes, como veículos e indústrias. O NO2, por sua vez, é um poluente gerado pela queima de combustíveis fósseis e está presente em gases de escapamento e emissões industriais. A fuligem, quando inalada, pode agravar doenças respiratórias e aumentar o risco de problemas cardíacos.
A médica Haneen Khreis, autora sênior do estudo, destaca que as evidências epidemiológicas são cruciais para entender a relação entre poluição do ar e demência. Ela enfatiza que combater a poluição pode trazer benefícios significativos para a saúde pública e aliviar a pressão sobre sistemas de saúde.
Mecanismos Propostos
Os pesquisadores sugerem que a poluição do ar pode causar demência por meio de inflamação cerebral e estresse oxidativo, processos que danificam células e contribuem para o desenvolvimento da doença. Embora a maioria dos participantes dos estudos fosse de países de alta renda, grupos marginalizados frequentemente enfrentam maior exposição à poluição.
A coautora Clare Rogowski ressalta a necessidade de intervenções políticas para reduzir a exposição a poluentes, especialmente nos setores de transporte e indústria. O estudo também aponta que a poluição do ar pode aumentar o risco de Alzheimer, mas o efeito é mais pronunciado na demência vascular, que resulta da redução do fluxo sanguíneo para o cérebro.
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