Ozempic reduz riscos de AVC e melhora complicações de lesões cerebrais

Três estudos recentes apresentados na 22ª Reunião Anual da Sociedade de Cirurgia Neurointervencionista (SNIS), nos Estados Unidos, destacam o potencial dos inibidores de GLP-1, como Ozempic, na redução da mortalidade e do risco de AVC. As pesquisas também sugerem melhorias nos desfechos após hemorragias cerebrais.

O primeiro estudo, conduzido pela Universidade de Wisconsin-Madison, analisou dados de 2.021.704 pacientes que sofreram AVC, dos quais 43.338 usavam Ozempic. Os resultados mostraram que apenas 5,26% dos usuários morreram devido a AVC, em comparação com 21,61% dos não usuários. Além disso, a chance de sobrevivência a longo prazo foi de 77,5% para os usuários, contra 30,95% para os demais.

No segundo estudo, também da Universidade de Wisconsin-Madison, os pesquisadores examinaram registros de prontos-socorros e encontraram uma associação significativa entre o uso de Ozempic e a redução do risco de AVC. A equipe sugere a necessidade de mais investigações, incluindo dados de farmácias, para aprofundar essa relação.

Impactos em Hemorragias Cerebrais

O terceiro estudo, realizado pela Universidade do Texas Medical Branch, focou nos efeitos dos inibidores de GLP-1 em pacientes após hemorragias cerebrais e AVCs. Os pesquisadores revisaram prontuários de pacientes e descobriram que o uso de Ozempic estava associado a um risco reduzido de efeitos colaterais cognitivos, convulsões e morte após esses eventos.

O médico Ahmed Elbayomy, da Universidade de Wisconsin-Madison, destacou que os resultados são promissores e que mais pesquisas são necessárias para entender melhor a proteção oferecida por esses medicamentos. O médico Matias Costa, do Texas Medical Branch, também enfatizou a importância dessas descobertas na discussão sobre prevenção e mitigação dos efeitos devastadores do AVC.