EUA impõem sobretaxa que afeta diretamente o agronegócio brasileiro fiel ao governo

Os Estados Unidos anunciaram a imposição de tarifas adicionais sobre produtos agropecuários importados do Brasil, afetando 21% das exportações desse setor. O deputado Eduardo Bolsonaro defendeu a medida, considerando-a "legítima". A sobretaxa, que se soma aos 10% já estabelecidos em abril, pode chegar a 50% para produtos como café, carne bovina e açúcar.

A nova tarifa impacta diretamente o setor agropecuário, que representa quase um terço das exportações brasileiras para o mercado americano. Apenas 6% dos produtos agropecuários foram isentos, enquanto 44,6% das exportações brasileiras para os EUA foram aliviadas da sobretaxa. A economista Verônica Lazarini Cardoso, da LCA Consultoria, destaca que o agro é o setor mais prejudicado, com a maioria dos produtos relevantes não sendo isentos.

Setores Isentos e Taxados

Os setores de combustíveis e aeronaves, que representam 19% e 7% das exportações, respectivamente, foram isentos da sobretaxa. Em contrapartida, produtos como minério e aço, que somam 18% das exportações, tiveram 13% taxados. Máquinas e equipamentos, que equivalem a 13%, também enfrentam sobretaxas.

O professor de Relações Internacionais da PUC-Rio, Carlos Frederico de Souza Coelho, ressalta que a mistura de economia e política torna a situação complexa. Ele observa que, embora produtos como café possam ser redirecionados, isso exigirá o desenvolvimento de novas cadeias logísticas, o que pode resultar em custos mais altos no curto prazo.

A nova tarifa, que entra em vigor em 06 de agosto, representa um desafio significativo para o setor agropecuário brasileiro, que já enfrenta um cenário global competitivo. A adaptação a essas novas condições será crucial para mitigar os impactos econômicos.