23 de jul 2025
Tarifaço pode causar perda de quase US$ 6 bilhões para o agronegócio brasileiro
Tarifas dos EUA podem reduzir em 48% as exportações do agronegócio brasileiro, resultando em perdas de até US$ 5,8 bilhões. Setores como suco de laranja e álcool etílico serão os mais afetados.

Agronegócio (Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo)
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Por conta do novo pacote de tarifas anunciado pelo governo dos Estados Unidos, as exportações do agronegócio brasileiro para o país podem sofrer uma queda de 48%. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima que as perdas podem chegar a US$ 5,8 bilhões caso as medidas sejam implementadas conforme proposto.
Em 2024, o Brasil exportou US$ 12,1 bilhões em produtos agropecuários para os EUA. Com o aumento das tarifas, que pode chegar a 50%, a CNA prevê uma redução drástica no valor total das exportações. A análise considera a elasticidade das importações, que mede a sensibilidade da demanda americana a mudanças de preço.
Impactos Setoriais
Os efeitos do tarifaço não serão uniformes entre os produtos. O suco de laranja e açúcares especiais podem ter suas exportações praticamente zeradas. Atualmente, o suco de laranja enfrenta tarifas entre 5,26% e 6,13%, que poderiam saltar para mais de 55%, tornando-o inviável no mercado americano. A CNA projeta uma queda de 100% nas exportações desse produto.
Situação semelhante se aplica ao álcool etílico, cuja tarifa pode aumentar de 2,5% para 52,5%, resultando em uma queda de 71% no volume exportado. Por outro lado, o café verde, um dos principais produtos do Brasil, deve enfrentar uma redução de 25% nas exportações, mesmo com o novo imposto.
Riscos e Alternativas
A CNA alerta que o tarifaço representa um risco direto às exportações brasileiras e à competitividade do agronegócio no mercado internacional. A maioria dos produtos exportados para os EUA tem elasticidade inferior a -1, indicando alta sensibilidade a variações de preço. Um aumento tarifário dessa magnitude pode afastar o Brasil de um dos principais mercados do mundo.
A análise foi baseada em dados de comércio dos últimos cinco anos. Caso as tarifas sejam confirmadas, será necessário buscar novos mercados ou negociar acordos bilaterais que protejam os produtos brasileiros. O pacote tarifário ainda precisa ser formalizado e pode passar por alterações.
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