Tarifaço americano impacta exportadores e já está em vigor nos EUA

O governo dos Estados Unidos implementou tarifas elevadas sobre produtos brasileiros, afetando diretamente setores como a fruticultura e a exportação de itens perecíveis. Essa medida, que já está em vigor desde 1º de agosto, gera incertezas nas negociações comerciais entre os dois países.

As empresas brasileiras já enfrentam os impactos dessa tarifa, que pode chegar a 50%. O governo brasileiro busca estratégias de diálogo e possíveis retaliações, enquanto a relação com os EUA se torna mais tensa. A situação é crítica, especialmente para a fruticultura, onde produtos perecíveis não podem ser redirecionados rapidamente, resultando em perdas significativas.

Impactos Econômicos

Os efeitos da tarifa são sentidos em toda a cadeia produtiva. O Brasil é um fornecedor crucial de suco de laranja e carne, essenciais para o mercado americano. A Flórida, por exemplo, não possui capacidade para suprir a demanda caso a tarifa se mantenha. Além disso, o café, que já enfrenta escassez global, também pode ser afetado.

Os setores empresariais brasileiros pedem apoio do governo para enfrentar essa crise. A Abipesca estima que o custo para mitigar os efeitos da tarifa pode variar entre R$ 800 milhões e R$ 900 milhões. No entanto, essa ajuda pode gerar um impacto fiscal significativo em um momento já delicado para a economia, que lida com inflação e problemas fiscais.

Estratégias de Diálogo

O governo brasileiro, por meio do vice-presidente Geraldo Alckmin, tem buscado manter o diálogo com os empresários e explorar alternativas de retaliação que não afetem diretamente o consumidor brasileiro. A ideia é preservar canais diplomáticos e pressionar os parceiros comerciais americanos a interceder junto ao governo dos EUA.

Recentemente, a tensão aumentou com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de impor o uso de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro, enquanto os EUA suspenderam vistos de ministros da Corte. Essa escalada no conflito foi classificada por Rubens Ricupero como a maior crise nas relações entre Brasil e Estados Unidos em duzentos anos.