17 de jul 2025
Receita exclui cobrança retroativa de IOF para bancos, mas gera incertezas para contribuintes
STF exclui cobrança de IOF sobre operações de risco sacado, garantindo segurança jurídica. Receita Federal não exigirá recolhimento retroativo.

Receita Federal afastou a necessidade de recolhimento retroativo do IOF (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)
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A Receita Federal decidiu que não haverá cobrança retroativa do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida visa garantir segurança jurídica para instituições financeiras e contribuintes. A decisão do STF excluiu a cobrança do IOF sobre operações de risco sacado, considerando a medida inconstitucional.
O advogado Bernardo Leite, sócio do escritório ALS Advogados, destacou que a Receita Federal afastou a necessidade de recolhimento retroativo do imposto, mas a situação permanece incerta para as empresas. Ele explicou que, embora a Receita tenha sinalizado uma postura não agressiva, o risco de atuação para as empresas não pode ser descartado. Leite recomenda cautela em decisões sobre o recolhimento do imposto.
A decisão de Moraes, que mantém a maior parte do decreto do governo, revogou apenas a cobrança do IOF sobre operações de risco sacado. Essa operação, comum no meio empresarial, envolve a antecipação de recebíveis, onde o fornecedor cede o crédito a uma instituição financeira. O governo tentava equiparar essa operação a um contrato de crédito para aumentar a arrecadação, mas o STF considerou essa abordagem inconstitucional.
Implicações da Decisão
A decisão do STF foi bem recebida por especialistas em direito tributário, que consideram que o governo extrapolou sua competência ao tentar tributar operações que não são classificadas como crédito. O tributarista Djalma Rodrigues afirmou que o IOF só pode incidir sobre operações de crédito expressamente previstas em lei.
Além disso, a decisão do ministro Moraes ainda será referendada pelo plenário do STF, onde ele é relator de quatro ações relacionadas ao decreto. O governo federal havia editado o decreto com a expectativa de arrecadar R$ 20 bilhões em 2023 e R$ 40 bilhões em 2024, mas a reação do Congresso levou à suspensão de seus efeitos.


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