14 de jul 2025
Megabuques enfrentam pânico no mar e ameaçam o comércio global
Interferências eletrônicas na navegação marítima aumentam riscos em regiões tensas, como o Golfo Pérsico e o Mar Negro. Segurança em xeque.

Uma carta náutica digital no ponte de comando de um portacontenedores alemão. (Foto: Jonas Walzberg/ (Picture alliance / Getty Images))
Ouvir a notícia:
Megabuques enfrentam pânico no mar e ameaçam o comércio global
Ouvir a notícia
Megabuques enfrentam pânico no mar e ameaçam o comércio global - Megabuques enfrentam pânico no mar e ameaçam o comércio global
Recentemente, a navegação marítima tem enfrentado crescentes interferências eletrônicas, como jamming e spoofing, que comprometem a segurança das embarcações em regiões de tensão, como o Golfo Pérsico e o Mar Negro. Um exemplo alarmante ocorreu com o superpetrolero Nissos Nikouria, que, enquanto navegava pelo Golfo Pérsico, desapareceu das telas de radar do capitão Konstantinos Tsotras, aparecendo em um local inesperado, próximo a um campo de gás iraniano.
Durante o incidente, Tsotras e sua tripulação foram forçados a recorrer a métodos tradicionais de navegação, como o uso de radar, devido à falha dos sistemas eletrônicos de posicionamento. "Todo o equipamento de navegação conectado ao GPS falhou", afirmou Tsotras, ressaltando a importância de conhecer a posição exata da embarcação para evitar colisões e outros perigos.
As interferências, que têm se intensificado em áreas de conflito, refletem um problema global crescente. Dados indicam que cerca de 1.000 embarcações por dia têm sofrido interferências de GPS nas proximidades do Irã. Esse fenômeno não apenas afeta a navegação, mas também representa um risco sistêmico, especialmente em rotas congestionadas como o estreito de Ormuz, onde cerca de 20% do petróleo mundial é transportado.
Aumento das Interferências
Os especialistas alertam que as interferências podem ser resultado de ações governamentais, como tentativas de bloquear mísseis. O capitão Steve Bomgardner, da Pole Star Global, destacou que "estamos observando uma interrupção generalizada do sistema global de navegação por satélite". Além disso, a situação se agrava com a intensificação de conflitos, como a guerra na Ucrânia e as tensões no Oriente Médio.
Casos de spoofing têm sido registrados, onde embarcações aparecem em locais impossíveis, como em terra firme. Um exemplo recente foi o superpetrolero Cume, que parecia estar em uma pista de corridas de camelos nos Emirados Árabes Unidos. Esses eventos levantam preocupações sobre a segurança da navegação, especialmente em condições de baixa visibilidade ou tráfego intenso.
Impacto no Setor Marítimo
As seguradoras também estão começando a reconhecer os riscos associados a essas interferências. O capitão Rahul Khanna, da Allianz, alertou que "o falho GPS obriga a voltar ao básico", o que pode distrair a tripulação em momentos críticos. Se um acidente ocorrer e for comprovada a interferência, a investigação será rigorosa.
Além disso, a interferência não afeta apenas o transporte de mercadorias, mas também atividades de exploração de energia submarina. A crescente dependência de sistemas de posicionamento eletrônico na indústria marítima destaca a vulnerabilidade das rotas comerciais, que movimentam mais de 2,8 trilhões de dólares anualmente.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.