24 de jul 2025
Brasil registra menor taxa de mortes violentas em 13 anos, mas ainda é letal
Brasil registra em 2024 a menor taxa de homicídios desde 2012, mas desaparecimentos crescem, refletindo a expansão de facções criminosas.

Cena de homicídio no Meier (Foto: Guilherme Leporace)
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Em 2024, o Brasil registrou 44.127 mortes violentas intencionais, a menor cifra desde 2012, conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Apesar da queda de 5,4% em relação ao ano anterior, o país também contabilizou 81.873 desaparecidos, o que levanta preocupações sobre o aumento das práticas de facções criminosas.
A taxa de homicídios por cem mil habitantes caiu para 20,8, mas a diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, alerta que a redução deve ser analisada em conjunto com o crescimento dos desaparecimentos. Ela destaca que facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) estão se expandindo nacionalmente, utilizando métodos para ocultar corpos.
Desigualdade Regional
A violência no Brasil é desigual, com o Nordeste e o Norte apresentando as maiores taxas de homicídios. O Amapá lidera com 45,1 por 100 mil, seguido por Bahia (40,6), Ceará (37,5), Pernambuco (36,2) e Alagoas (35,4). Apenas quatro estados registraram aumento nas taxas de mortalidade em 2024, com destaque para o Maranhão, que teve um crescimento de 12,1%.
A letalidade policial também aumentou, representando 14,1% das mortes violentas em 2024, um aumento significativo em relação a 8,1% em 2017. As dez cidades mais violentas do país estão no Nordeste, com Maranguape (CE) liderando, seguida por Jequié (BA) e Juazeiro (BA).
Fatores Contribuintes
A redução das mortes violentas pode ser atribuída a diversos fatores. A mudança demográfica, com a diminuição da população jovem, e políticas estaduais de prevenção à violência têm desempenhado papéis importantes. Além disso, um armistício não declarado entre facções criminosas ajudou a reduzir os conflitos armados.
A resposta das forças de segurança, no entanto, tem gerado controvérsias. Em algumas regiões, a violência policial é uma preocupação crescente, especialmente em estados como a Bahia, onde a polícia é frequentemente associada a altos índices de letalidade. A situação exige uma análise cuidadosa das políticas de segurança pública e suas consequências.


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