Moraes considera carta de Trump como ameaça à soberania nacional do Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro, estão sob investigação por supostas tentativas de interferir nas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e por suas relações com autoridades dos Estados Unidos. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, destacou em sua decisão que Bolsonaro celebrou uma carta de Donald Trump, que impõe tarifas sobre produtos brasileiros, considerando-a uma agressão à soberania nacional.

Na ordem judicial, Moraes menciona que a carta de Trump, que anuncia taxas de 50% sobre produtos brasileiros, foi recebida com entusiasmo por Jair e Eduardo Bolsonaro. O ministro também aponta que Eduardo Bolsonaro buscou apoio do governo americano para impor sanções contra Moraes e outros membros da Corte. O ex-presidente compartilhou um post de Trump, que se referiu ao julgamento da tentativa de golpe como "uma caça às bruxas".

Moraes enfatiza que Bolsonaro confirmou ter se encontrado com Ricardo Pita, Conselheiro Sênior do Departamento de Estado dos EUA, em maio. Durante esse encontro, o ex-mandatário declarou que "o alerta foi dado" e pediu ações urgentes dos Poderes para restaurar a normalidade institucional. Dois dias após essa reunião, Trump publicou a carta que, segundo Moraes, contém "ameaças claras ao Poder Judiciário brasileiro".

O ministro ressalta que tanto Jair quanto Eduardo Bolsonaro manifestaram apoio às sanções e instigaram o governo dos EUA a adotar novas medidas hostis contra o Brasil, o que representa uma clara afronta à soberania nacional.