Lulistas atribuem maior responsabilidade a Eduardo pelo aumento das tarifas

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem se destacado nas articulações políticas nos Estados Unidos, buscando apoio contra o Judiciário brasileiro e criticando o STF, especialmente Alexandre de Moraes. Uma pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (16), revela que sua influência nas tarifas de 50% impostas por Donald Trump sobre produtos brasileiros é um tema polarizador entre os apoiadores de Lula e Bolsonaro.

Os dados mostram que 29% dos apoiadores de Lula acreditam que Eduardo teve um papel significativo na imposição das tarifas. Entre os que se identificam como mais à esquerda, mas não como lulistas, esse número é de 26%. Em contraste, apenas 5% dos bolsonaristas veem Eduardo como responsável pelas tarifas, com 7% entre os que se consideram de direita, mas não apoiadores de Bolsonaro. Essa disparidade reflete a intensa polarização política em torno do tema.

Reações e Consequências

A pesquisa também aponta que 44% dos bolsonaristas atribuem as tarifas às declarações de Lula contra Trump durante a Cúpula do Brics. Para 72% dos entrevistados, Trump está errado ao impor sanções comerciais ao Brasil, e 63% consideram injusta a parceria entre os dois países. Além disso, 57% acreditam que Trump não tinha o direito de criticar o processo do STF em que Bolsonaro é réu.

Eduardo Bolsonaro, desde sua chegada aos EUA, tem buscado apoio no Congresso e na Casa Branca, intensificando suas ações nos últimos meses. Antes do anúncio das tarifas, ele concedeu uma entrevista a Steve Bannon, onde prometeu "novidades" após Trump criticar o Judiciário brasileiro. Após a imposição das tarifas, Eduardo divulgou uma nota conjunta, justificando as sanções como uma resposta ao suposto afastamento do Brasil dos valores democráticos.

Contexto Atual

A pesquisa Genial/Quaest entrevistou 2.004 brasileiros entre 10 e 14 de julho, com margem de erro de dois pontos percentuais. Os dados revelam que, enquanto a esquerda busca capitalizar sobre as sanções, a direita tenta desviar a responsabilidade, atribuindo a culpa a Lula. A investigação no STF contra Jair Bolsonaro é vista como um fator que intensificou a crise, com 33% dos lulistas considerando-a um estopim para a situação atual.