EUA impõem sanções à relatora da ONU por atuação em Gaza

A relatora especial da ONU para os territórios palestinos, Francesca Albanese, denunciou nesta terça-feira (15) que as sanções impostas pelos Estados Unidos a ela constituem uma violação de sua imunidade diplomática. Durante um evento em Bogotá, Albanese foi punida pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, por supostas "atividades tendenciosas e maliciosas". A relatora criticou empresas americanas que, segundo ela, estariam lucrando com a guerra em Gaza, a qual classificou como um "genocídio" perpetrado por Israel.

Albanese afirmou que as sanções são uma medida sem precedentes e que representam um ataque à liberdade de expressão. Ela destacou que essa ação é uma violação clara da Convenção das Nações Unidas sobre Privilégios e Imunidades, que protege funcionários da ONU de retaliações por suas declarações. A relatora participa da "Conferência Ministerial de Emergência sobre a Palestina", convocada pelo presidente colombiano Gustavo Petro, que tem sido uma voz ativa contra as ações militares israelenses.

Contexto do Conflito

O conflito entre Israel e Palestina se intensificou em 7 de outubro de 2023, após ataques de militantes islâmicos que resultaram na morte de 1.219 pessoas em Israel, segundo dados da AFP. Desde então, mais de 58.479 palestinos foram mortos em operações de retaliação, conforme informações do Ministério da Saúde do Hamas, números que são considerados confiáveis pelas Nações Unidas.

A ONU já havia solicitado aos Estados Unidos que revogassem rapidamente as sanções contra Albanese. A relatora, embora nomeada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, atua de forma independente e suas declarações não refletem a posição oficial da organização. Ela enfatizou que as sanções servem como um aviso para aqueles que defendem o direito internacional e os direitos humanos.