Tarifaço de Trump fortalece Lula e altera cenário político no Brasil

O governo federal brasileiro, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), viu uma recuperação em sua popularidade após a reação ao tarifaço de Donald Trump. De acordo com uma pesquisa da Quaest, divulgada nesta quarta-feira, 53% dos entrevistados aprovaram as medidas de reciprocidade adotadas pelo Brasil. Essa mudança é significativa, pois a desaprovação ao governo Lula apresenta uma tendência de queda.

A pesquisa revela que a recuperação da popularidade de Lula não ocorreu entre os mais pobres, mas sim na classe média e entre eleitores mais escolarizados. O diretor da Quaest, Felipe Nunes, destacou que a melhora foi mais notável no Sudeste, onde a aprovação subiu de 32% para 40%. Em contraste, no Nordeste, a aprovação oscilou de 54% para 53%. Essa dinâmica sugere que a resposta do governo brasileiro ao tarifaço de Trump atraiu eleitores moderados.

Análise do Cenário Político

Nunes comparou a situação atual com o fenômeno observado nas eleições de 2022, quando o centro político se inclinou mais para Lula do que para Jair Bolsonaro. Ele afirmou que a reação ao tarifaço de Trump está novamente fazendo com que os moderados se aproximem do presidente. Essa mudança de postura é vista como uma estratégia eficaz para conquistar a confiança de setores que anteriormente estavam distantes.

Apesar da leve recuperação, a pesquisa também indica que a estratégia de polarização entre "ricos e pobres" não ressoa bem com a população. 53% dos entrevistados consideram essa abordagem inadequada, enquanto apenas 38% a veem como correta. Essa resposta desafia as táticas de comunicação do governo, que tem buscado influenciar a opinião pública por meio de campanhas.

Perspectivas Futuras

A leve melhora na popularidade de Lula reflete uma tendência observada em outros países, onde líderes com baixa avaliação conseguiram reverter a situação em momentos de crise externa. Contudo, 59% dos entrevistados afirmam não se sentir representados pela nova agenda do governo. Para consolidar essa recuperação, Lula precisará abordar as preocupações da população de maneira mais ampla, além de responder às pressões externas.