15 de jul 2025
PGR considera depoimentos de Mauro Cid superficiais na investigação golpista
Procurador geral critica depoimentos de Mauro Cid e pede redução de pena, destacando omissões que prejudicam investigação sobre golpe.

Tenente-coronel Mauro Cid, durante interrogatório no STF (Foto: Gustavo Moreno/STF/09-06-2025)
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O procurador-geral da República, Paulo Gonet, criticou os depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, réu em uma ação penal por suposta tentativa de golpe de Estado. Gonet descreveu os relatos como "superficiais e pouco elucidativos" e defendeu uma redução de pena de um terço, considerando a falta de colaboração efetiva de Cid.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação de Cid, do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros seis aliados. Segundo Gonet, o acordo de delação premiada de Cid teve eficácia limitada, e sua omissão de informações cruciais prejudicou a investigação. O procurador destacou que Cid minimizou sua participação em eventos significativos, como a elaboração de uma carta para pressionar o comando do Exército.
Omissões e Contradições
Gonet apontou que mensagens extraídas do celular de Cid indicam seu envolvimento em discussões sobre a carta aberta de oficiais das Forças Especiais. Cid alegou que uma reunião em novembro de 2022 foi um encontro informal, mas a PGR considera essa justificativa "pouco crível". Além disso, Gonet mencionou contatos de Cid com articuladores de atos antidemocráticos, contradizendo suas declarações de não ter interagido com manifestantes.
O procurador também questionou uma mensagem enviada por Cid em 4 de janeiro de 2023, que sugeria que algo bom "para o Brasil" ainda aconteceria. A PGR argumenta que essa mensagem se referia a expectativas futuras, não a uma avaliação de ações passadas. Gonet enfatizou que, apesar de algumas contribuições à investigação, as omissões de Cid e sua narrativa seletiva comprometem sua posição na ação penal.
Consequências Legais
Os crimes imputados a Mauro Cid podem resultar em uma condenação de até 43 anos de prisão. Gonet ressaltou que a colaboração de Cid não atendeu aos requisitos de boa-fé e efetividade, exigindo uma análise criteriosa sobre a concessão de benefícios legais. A PGR descartou a possibilidade de perdão judicial, enfatizando que a omissão de fatos relevantes prejudica apenas o próprio réu, sem afetar o acervo probatório da ação penal.




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