Médico alerta sobre geração zumbi criada pelo uso excessivo de telas

O médico Javier Albares lançou o livro "Generación Zombi", que discute os efeitos do uso excessivo de telas na saúde mental e no sono de crianças e adolescentes. O autor, especialista em medicina do sono, alerta que a hiperestimulação digital está moldando uma geração que enfrenta problemas de concentração, isolamento e privação de sono.

Albares observa que as crianças estão cada vez mais dependentes de dispositivos digitais, o que afeta seu desenvolvimento emocional e social. Ele compara a dependência das telas a substâncias como a cocaína, afirmando que a adição digital altera o sistema de recompensa do cérebro, semelhante ao que ocorre com drogas. O médico destaca que o uso excessivo de telas resulta em crianças mais agressivas e com baixa autoestima.

O autor também critica a digitalização nas escolas, apontando que estudos mostram que mais investimento em tecnologia não melhora o desempenho acadêmico. Alunos que usam dispositivos por menos de uma hora diária têm resultados significativamente melhores em testes como o PISA. Além disso, Albares menciona que a capacidade de concentração das crianças está diminuindo, refletindo uma queda no coeficiente intelectual.

Albares enfatiza que a exposição precoce às telas pode comprometer a felicidade e o desenvolvimento saudável das crianças. Ele recomenda que os menores fiquem longe das telas até os seis anos e que o uso seja limitado a uma hora diária entre seis e doze anos. O médico alerta que a falta de sono reparador pode afetar o crescimento e o desenvolvimento hormonal, especialmente em meninas.

O autor sugere que os pais devem estabelecer limites claros para o uso de tecnologia em casa, promovendo atividades alternativas como esportes e leitura. Ele conclui que, embora a era digital apresente desafios, é possível encontrar um equilíbrio saudável e devolver às crianças a alegria de viver fora das telas.