Denúncia contra vereadora de SP é arquivada após declaração polêmica sobre raça e classe

A corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo decidiu arquivar o processo disciplinar contra a vereadora Cris Monteiro (Novo) após sua declaração polêmica em uma sessão. Em 29 de abril, Monteiro afirmou que incomodava servidores públicos por ser "uma mulher branca, bonita e rica", o que gerou protestos entre os presentes, muitos dos quais eram pardos e pretos.

A fala da vereadora ocorreu durante um debate acalorado sobre a proposta do prefeito Ricardo Nunes (MDB) que dividia o reajuste salarial dos servidores em duas parcelas anuais. A declaração provocou uma interrupção na sessão, com vaias e protestos do público. Após o incidente, Monteiro pediu desculpas, afirmando que não tinha a intenção de ofender.

A representação contra Monteiro foi feita pela vereadora Luana Alves (PSOL), que argumentou que a fala da colega reforçava estereótipos discriminatórios. No entanto, o relator do caso, Marcelo Messias (MDB), concluiu que não houve dolo específico na fala da vereadora. Ele destacou que a retratação de Monteiro e o contexto da declaração foram fatores que levaram ao arquivamento do processo.

A assessoria de Cris Monteiro divulgou uma nota lamentando a repercussão de sua fala, reiterando que não houve intenção de ofender. A decisão da corregedoria gerou reações diversas entre os vereadores e a sociedade, refletindo a complexidade das discussões sobre raça e poder no Brasil.