PGR denuncia planejamento detalhado de militares para golpe no Brasil

A subprocuradora da República Cláudia Sampaio Marques solicitou, nesta terça-feira, 20, ao Supremo Tribunal Federal (STF) a aceitação da denúncia contra 12 indivíduos, incluindo 11 oficiais do Exército e um policial federal. Eles são acusados de ações coercitivas planejadas para desestabilizar o regime democrático.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que esses denunciados desempenharam um papel crucial na execução de estratégias para a ruptura da democracia. Cláudia destacou que as ações foram meticulosamente planejadas, incluindo táticas para convencer o alto comando do Exército a apoiar o golpe e ações de campo para monitorar e neutralizar autoridades.

Durante a apresentação, a subprocuradora mencionou uma reunião em novembro de 2022 na casa do ex-ministro Walter Braga Netto, onde o núcleo três começou a traçar planos para a "neutralização" de autoridades. Documentos encontrados com os acusados detalhavam as etapas para a realização do golpe e estratégias para legitimar a ação após sua execução.

A PGR imputou cinco crimes aos denunciados: organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do estado democrático, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado ao patrimônio da União. Os ministros da Primeira Turma do STF decidirão se há elementos suficientes para o recebimento da denúncia, o que iniciaria um processo criminal.

Até o momento, o STF já aceitou denúncias contra outros núcleos envolvidos no suposto plano de golpe, incluindo o núcleo crucial, de gerência e de desinformação. A expectativa é que a decisão sobre a nova denúncia ocorra em breve.