Traficantes do CV fogem pela mata durante operação do Bope na Rocinha

Cerca de 400 traficantes armados fugiram pela mata durante uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na Rocinha, no último sábado (31). A ação, que envolveu uma colaboração entre os Ministérios Públicos do Rio de Janeiro e do Ceará, visava desmantelar uma rede de criminosos cearenses ligados ao Comando Vermelho.

Imagens captadas por drones mostraram a fuga em massa dos criminosos, que estavam fortemente armados. Durante a operação, foram localizadas duas mansões e dois prédios que serviam como alojamento para 110 integrantes da facção. O procurador-geral de Justiça do Rio, Antonio José Campos Moreira, descreveu a cena como "assustadora", ressaltando a necessidade de uma integração mais eficaz entre as polícias estaduais.

Os traficantes cearenses, que já executaram cerca de mil pessoas, demonstraram um alto nível de organização e articulação com os criminosos locais. Campos Moreira classificou essa aliança como um "consórcio de criminosos", evidenciando a troca de apoio logístico e treinamento entre os grupos. A operação tinha como objetivo cumprir 29 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão.

Apesar da mobilização de 400 policiais, a ação resultou em apenas uma prisão. Um policial foi baleado, mas não corre risco de vida. A operação expôs o poderio bélico dos criminosos e revelou a necessidade de reforço nas tropas de elite. As investigações continuam, com foco na estrutura utilizada pelos foragidos e na identificação de possíveis vazamentos de informações sobre a operação.

O secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos, destacou que a Rocinha se tornou um "home office" da criminalidade, com a presença crescente de facções de outros estados. A situação se agravou após a pandemia, exigindo uma resposta mais robusta das autoridades para combater o crime organizado na região.